Prédio em estilo gótico do colégio Santa Marcelina é tombado em São Paulo

 Em 1927, o colégio Santa Marcelina foi inaugurado aos moldes do estilo gótico lombardo, já que a congregação cristã que o fundou é original da região da Lombardia, na Itália.

Essa história acaba de entrar oficialmente para o patrimônio da cidade nesta quinta-feira (19), quando o conjunto de edificações foi tombado pela prefeitura.

Outros 39 imóveis localizados no mesmo bairro também foram tombados pelo órgão na mesma ocasião.

Casarão tombado na Rual Melo Palheta em Perdizes. Foto: Alberto Rocha / Folhapress.

O tombamento do colégio, determinado pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo), exige autorização prévia diante de qualquer alteração arquitetônica na fachada das construções e também em partes internas, como saguão de entrada, corredores, escadas e pátio interno.

Construção de 1927 torna-se patrimônio histórico; medida atinge mais 39 imóveis de Perdizes. Foto: Reinaldo Canato / Folhapress.

Detalhe da fachada do Colégio Santa Marcelina. Foto: Alberto Rocha / Folhapress.

A capela que faz parte do conjunto arquitetônico também não poderá sofrer mudanças – inclusive nos ornamentos, vitrais e pisos.

Essa última, inclusive, foi construída pelo engenheiro Domenico Marchetti, responsável por executar o projeto original vindo da Itália, em moldes bem parecidos com a capela que existe na sede da congregação em Milão.

Para Marinez Rossato, delegada regional no Brasil do Instituto Internacional das Irmãs de Santa Marcelina, o tombamento é um reconhecimento da importância do colégio para a história de São Paulo.

Fachada da área interna do Colégio Santa Marcelina. Foto: Reinaldo Canato / Folhapress.

“Além da arquitetura, há uma dimensão afetiva que nos faz preservar esses espaços para os ex-alunos voltarem e ainda reconhecerem o colégio onde estudaram”, diz.

O nome da rua Cardoso de Almeida, onde está localizado o colégio, também concentra valor histórico devido à sua origem bíblica. A via, originalmente, se chamava Tabor, em alusão ao monte onde, segundo a Bíblia, Jesus Cristo foi visto pelos apóstolos se transfigurando em raios de luz.

Capela do Colégio Santa Marcelina onde se vê o estilo gótico nas colunas. Foto: Divulgação.

Em 1907, a rua passou a ter o nome atual, em homenagem ao político e delegado José Cardoso de Almeida. Ele foi deputado estadual, secretário de Justiça e chefe de polícia.

O estudo de tombamento das 40 edificações em Perdizes teve início em 2011 e previa ao todo 63 endereços.

Parte deles, porém, não passou nos critérios do Conpresp, como o colégio Batista Brasileiro, localizado na rua Doutor Homem de Melo.

Além do colégio Santa Marcelina, os outros imóveis tombados são casas e sobrados de arquitetura da década de 1930.

Corredor interno do Colégio Santa Marcelina tombado pelo Conpresp. Foto: Reinaldo Canato.

O tombamento é um reconhecimento da importância do colégio para a história de São Paulo. Foto: Reinaldo Canato.

Trata-se de construções cujas fachadas remetem aos primórdios da ocupação do bairro, que nasceu como uma chácara onde se criavam perdizes, um tipo de ave.

Boa parte dos endereços recém-tombados, localizados em ruas famosas do bairro, como Turiassu, Itapicuru, Dr. Homem de Melo e Cândido Espinheira, deixou para trás sua origem residencial para, atualmente, ser ocupada por comércios e consultórios.

As construções remetem ao período anterior à verticalização do bairro, processo que teve início no fim da década de 1950 e se intensificou nos últimos anos.

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Fonte: Folhapress.

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