Quem nunca olhou curioso aquele casal que namora na estação da Sé do metrô, últimos beijos antes de partir em direção oposta? E aquele casal velhinho do quilo, que ainda troca gentilezas diante das saladas? Uma curiosidade do tipo levou a jornalista Daniela Arrais a lançar, em 2013, uma mensagem ao mar, a hashtag #amoresanônimos no Instagram, e começou a receber milhares de fotos de casais de todas as idades, gêneros e raças.
“Dani é uma dessas borboletas que se dedicou a encontrar outras borboletas. Para isso inventou essa hashtag: para reunir borboletas. E provocar uma revoada de borboletas”, diz Duvivier no prefácio. “Alguém sabe qual é o coletivo de borboletas?”. O livro, ou o “coletivo de borboletas”, reúne 28 das 9.000 fotos recebidas.
Ao longo das 80 páginas, há amores anônimos de todas as formas. De gestos carinhosos a pegadas fortes, de intimidade ao silêncio de quem senta-se ao lado do outro e não precisa dizer nada para ser compreendido. Poesia em forma de imagens, sem uma palavra para atrapalhar. E para quem ficou curioso, o coletivo de borboletas é panapaná. “Descobri o que você tem nas mãos: um panapaná”, finaliza Duvivier, nas primeiras páginas.
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Por Marina Rossi no El País.