Com foco na experimentação, o Red Bull Station nasceu com o propósito de conectar, inspirar e transformar pessoas. Estabelecido onde décadas antes funcionou a antiga subestação de energia Riachuelo, o prédio passou por um processo de revitalização e reabriu as portas ao público em 31 de outubro de 2013. Desde então, abastece a cidade com energia criativa, seja por meio de sua programação mensal ou pelos outros projetos que o coabitam, como o Red Bull Music Studio São Paulo e o makerspace Red Bull Basement.
Em meia década, foi palco de grandes momentos culturais no país: ofereceu 14 edições de um dos principais programas de Residência Artística do Brasil, contemplando trabalhos de mais de 50 artistas brasileiros e estrangeiros; dialogou com a cultura de rua e abriu as portas para receber edições mensais de torneios de slam poetry e batalhas de MCs; além de ter amplificado –ainda mais– a voz de alguns dos maiores artistas brasileiros da atualidade, como Elza Soares, Racionais MCs, BaianaSystem e Liniker.
O Red Bull Station aproveita a data e abre espaço para conteúdos que dialoguem com o momento atual do projeto, além de propor diversas atividades focadas em conteúdos educacionais.
Veja a programação completa: https://www.redbull.com/br-pt/station-5-anos-programacao-especial
Histórico do Red Bull Station
O Red Bull Station não tem esse nome por acaso. Antigamente o local abrigava a subestação Riachuelo que fornecia energia para os bondes elétricos da cidade. O edifício dos anos 20, tombado como patrimônio histórico pelo Conpresp, foi desativado em 2004 e passou anos fechado e esquecido. Em Novembro de 2013, após uma longa reforma, suas portas reabriram. Nascia uma nova estação, que abastece a metrópole com energia criativa.
O escritório de arquitetura Triptyque foi encarregado em devolver o prédio à cidade. O projeto de requalificação teve dois pontos importantes: respeitar a essência arquitetônica do lugar e transformá-lo em um espaço que reaproximasse o visitante ao centro de São Paulo. “Nossa grande vontade era uma reconquista da região. Criamos uma cobertura para o visitante entender e contemplar a cidade; se apropriar daquele entorno e deixar que o entorno se aproprie dele.” comenta Carolina Bueno, da Triptyque.
Com a reforma, o antigo imóvel de três andares ganhou mais dois: um subsolo e uma laje. Sobre o topo, adicionaram uma estrutura, chamada folha. “Queríamos que um elemento contemporâneo viesse a existir também com o corpo histórico, no sentindo de anunciar a transformação”, explica a arquiteta. Outra intervenção em evidência é a escada externa, que acompanha as pessoas pelos cinco níveis do Red Bull Station.
A folha possui uma dupla função: de marquise, para sombreamento e proteção, e de funil, para captação da chuva. Segundo Carolina, a água era um elemento que já estava muito presente na construção original. A estação contava com um sistema único e moderno de coleta da chuva, que passava pelas tubulações e resfriava os transformadores de energia e refrigerava o ar. Esse sistema – que incluía o chafariz – foi recolocado, resgatando uma característica particular do prédio de reutilização da água pluvial.
Apesar do tombamento ser apenas volumétrico, ou seja, contemplar somente o seu entorno, procurou-se respeitar ao máximo a parte interna e apenas reorganizá-la espacialmente a fim de adaptar o edifício às novas funções. Os elementos arquitetônicos interessantes como as vigas, a tubulação, as portas de ferro dos ateliês e paredes com pinturas originais foram mantidos.
O empenho em preservar a essência do prédio e simultaneamente transformá-lo em um espaço contínuo de produção e difusão cultural rendeu ao projeto em 2014 o Prêmio Murilo Marx, modalidade Práticas, outorgado pelo DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) da Prefeitura de São Paulo.
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Com informações: Agência Lema.