Após mais de um ano de pressão e articulação da sociedade civil e dois testes bem-sucedidos de abertura da avenida Paulista para as pessoas aos domingos, a Prefeitura de São Paulo decidiu, em outubro de 2015, oficializar a iniciativa como um programa municipal de abertura de ruas todos os domingos.
Hoje em dia, mais de 100 mil pessoas, em média, frequentam a Avenida Paulista por dia nos domingos e feriados quando a via fica restrita ao trânsito de veículos motorizados para desfrute das pessoas. Gente de todos os cantos da cidade vem para aproveitar o espaço.
Na década de 1970, a carência de áreas de lazer na cidade motivou iniciativa parecida, a experiência das Ruas de Lazer promovida pela Secretaria de Esportes do Município.
As vias e praças escolhidas eram fechadas com cavaletes aos domingos, e o asfalto onde circulavam carros passava a ser um espaço ocupado por crianças e adolescentes com “carrinhos de rolimã, skate, bicicleta e bolas” como descrevia a matéria do Estado de 29 de maio de 1976. A Secretaria de Esportes também colocava à disposição dos moradores jogos, travas para partidas de futebol e redes para prática de vôlei. Jogos de tabuleiro, pinturas com guache e colagens convidavam adultos e idosos a participar da diversão. A Prefeitura fornecia o material e a organização das atividades era deixada a cargo das associações de moradores.
A participação das associações de moradores caiu e o “dia de lazer se transformou em obrigação de divertimento, e a irritação dos moradores, que precisavam acordar cedo para retirar seus carros da rua, superou a expectativa de diversão”, como revelou o Estado. Em meados de 1981 apenas nove Ruas de Lazer haviam sobrevivido.
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Da Redação com informações Estadão Conteúdo.