O bairro da Liberdade é o ponto de partida para a Caminhada São Paulo Negra, que acontece há um ano também no Centro da cidade. É também um dos locais que desperta maior surpresa no público, especialmente sobre as origens do bairro. Reduto negro nos séculos XVIII e XIX, o bairro abrigava o antigo Largo da Forca, no período colonial, e também rotas de fuga de escravizados da cidade.
“As histórias negras estão por toda a cidade, apesar de muitas vezes não serem contadas. Há sempre o questionamento dos participantes sobre o porquê de não conhecerem essas histórias”, conta o jornalista Guilherme Soares Dias, um dos idealizadores do passeio, realizado pela BlackBird Viagem e Representatividade.
Em cada parada, Guilherme e outros guias revelam histórias esquecidas, fatos curiosos e legados de personalidades negras como Luiz Gama, Carolina Maria de Jesus e o arquiteto Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas. Além dos pontos históricos, a caminhada também destaca a ocupação do Centro da cidade por imigrantes e refugiados africanos.
O passeio acontece no dia 13 de julho, às 15h, e passa por regiões como o Largo do Paysandu, Arouche, e o Bairro da Liberdade, ponto de partida da caminhada. Em 2018, o passeio foi listado como um dos projetos que mais transforma a relação dos moradores com a cidade, de acordo com a Fundação Telefônica. Ao todo, são 3h de circuito, recheado também com colaborações dos participantes. No próximo sábado, a caminhada terá a participação da pedagoga, dançarina e ativista Renatta Prado.
Memórias do Samba
Foi na região da Sé, por exemplo, que circularam os primeiros cordões e grupos de samba. O primeiro deles, criado por compositores e bambas que se reuniam na Rua Lavapés, é lembrado no Tour Raízes do Samba, que reconta a história, as transformações e sua importância para a cultura da cidade – além de colocar todo mundo para sambar.
“Quem acha que São Paulo é o “túmulo” do samba nunca foi a uma quadra, uma roda ou a um samba-rock!”, conta a idealizadora do roteiro, Ana Carolina de Souza. Ela é passista, pesquisadora do tema e turismóloga, e criou o roteiro para valorizar a memória do ritmo e seus compositores na cidade.
A saída será no dia 20 de julho, às 14h, partindo da Praça da República. O percurso de 2h30, e na sequência o público participa de uma oficina de dança, com os principais passos do ritmo e suas variações, especialmente o samba rock. A oficina acontece na PRaça das Artes, onde o grupo terá aulas com um professor convidado, ligado à escola de samba Vai-Vai, uma das agremiações citadas no tour.
“Eu vivo essa cultura, vejo sua força sobre a minha família e toda uma comunidade que se envolve com as escolas de samba o ano inteiro. É importante valorizar essa memória em São Paulo. A cultura do samba é muito viva na cidade. A gente quer homenagear essa história”, completa.
Ambos os passeios estão com inscrições abertas no site www.diaspora.black, startup que reúne experiências culturais, roteiros e serviços turísticos voltados para a valorização e promoção da cultura negra. As inscrições custam entre R$ 50 e R$ 60, e o pagamento pode ser feito com cartão de crédito, transferência ou depósito bancário.
Informações:
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Fonte: Diáspora Black.