‘Sidewalk Labs‘ da Alphabet, quer colocar ordem no caos da mobilidade das cidades

OK, Google: isso é a vida real (*IRL/in real life).

Agora, esse trabalho irá além de Toronto, para qualquer cidade que queira criar uma rede de transportes eficiente e sem transtornos (quem não?). A partir de agora, o Sidewalk Labs está lançando seu próprio pequeno empreendimento, que se baseia no seu trabalho com as cidades. A “Coord” fará o que você tem ouvido falar – que muitas empresas de transporte disseram ultimamente que irão fazer. Ele irá construir uma plataforma baseada na nuvem para integrar os muitos serviços de mobilidade que surgiram em torno das cidades do mundo nos últimos anos – compartilhamento de bicicletas, compartilhamento de carro e opções de transporte mais tradicionais, como transporte público.

Por um certo valor, a “Coord“ fornecerá aos desenvolvedores de software dessas empresas acesso a dados detalhados e padronizados sobre locais, coisas como pedágios, estacionamento e espaço das calçadas. Criticamente, as informações vão poder ser compartilhadas entre as cidades, ao invés de serem guardadas nos departamentos regionais. A coordenação é o objetivo. “Nós não operamos um serviço de mobilidade”, diz Stephen Smyth, o novo CEO da Coord, que se mudou com uma equipe de 13 funcionários da Sidewalk Labs para Toronto. “Estamos 100% focados em ser o tecido conjuntivo”. O sistema operacional, se você quiser.

Tal como o anunciado pela nuvem de mobilidade dos transportes da Ford, as tecnologias das cidades do futuro da Amazon na web, a plataforma de inteligência da Siemens e as cidades inteligentes da IBM, a Coord, quer resolver um problema real e profundamente frustrante das cidades. “As cidades usam dados para regular táxis, bicicletas, rede de transportes e faróis de sinalização, mas cada um deles geralmente funciona em separado”, diz Stephen Goldsmith, que estudou big data e governança na Harvard Kennedy School. “A necessidade de uma plataforma que possa integrar esses dados é significativa porque a quantidade de dados é, obviamente, maior do que nunca”. A combinação desses números pode levar a grandes avanços urbanos, como por exemplo saber onde os serviços são redundantes ou não atendem aos moradores.

Mas a coleta de dados também traz perguntas. As enormes planilhas dos números são valiosas, então as cidades precisam se perguntar a quem eles estão dispostos a entregar informações, porque e com que limites ou salvaguardas. Por enquanto, diz Smyth, a Coord está lidando com dados sobre infra-estrutura, não de indivíduos. “Muitas das informações que fornecemos hoje não são sobre pessoas ou seus movimentos”, diz ele. “É sobre limites, sobre pedágio, sobre estacionamento – informações que não são pessoalmente identificáveis”.

Uma empresa de compartilhamento de bicicleta que usa a Coord, por exemplo, pode ver o seu serviço oferecido ao lado de outras opções de transporte dentro de um aplicativo de navegação como o Google Maps: um usuário pode localizar uma bicicleta, avaliar o custo dos concorrentes e comprar um passeio, tudo sem estourar seu cartão de crédito. Ou uma empresa de pedágio que trabalha com a Coord pode ter informações sobre preços de cobrança dinâmica, onde o motorista sabe o quanto sua viagem custará antes de sair da casa.
Foto: Richard Baker / Getty Images.

O Sidewalk Labs já tinha acesso a uma valiosa loja de informações digitais sobre lotes de estacionamento privados, que costumava oferecer aos motoristas locais pagos no aplicativo do Google Maps, com o objetivo de reduzir o estacionamento para estacionamento. Agora, a Coord lança uma nova ferramenta, chamada Surveyor, que permite que um o topógrafo use tecnologia de realidade aumentada para digitalizar dados sobre o tamanho de um quarteirão inteiro de uma calçada em apenas poucos minutos. A empresa já digitalizou calçadas – parquímetros, sinais trânsito e faixas de ruas – em áreas comerciais importantes em Nova York (foto), Los Angeles, São Francisco e Seattle.

Isso significa que as cidades, que muitas vezes não sabem muito bem quantos locais de estacionamento existem dentro das suas fronteiras, pode acessar e realocar rapidamente essas áreas dependendo da necessidade. Uma estação de compartilhamento de bicicletas aqui, um lugar reservado para compartilhar carros alí.

É claro que qualquer sistema operacional é tão bom quanto os aplicativos que estão dentro dele. Smyth diz que a Coord está ocupada criando parcerias com vários agentes e então, tem bastante trabalho à frente. Ainda assim, é uma tentativa bem vinda de uma empresa de internet vir para a vida real.

E leia também, ““ publicado em 2015.


***
Da redação com Aarian Marshal na Wired (inglês).

 

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