Um bairro que tem cachoeiras, cratera de meteoro, aldeia indígena e vista para o mar

Os bairros de Engenheiro Marsilac e Paralheiros abrigam esse “paraíso perdido paulistano” a menos de 40 km ao extremo sul do marco zero da Praça da Sé.

Entre as atrações da região estão antigas estruturas da Estrada de Ferro Mairinque-Santos (um ramal da Estrada de Ferro Sorocabana construído em 1933), as belas paisagens da Serra do Mar, as Cachoeiras da Usina e do Jamil e uma das cinco crateras de meteoro que existem no Brasil e se você der sorte de fazer as trilhas da região em dias com céu aberto, em alguns pontos ainda é possível ver o Oceano Atlântico e partes da faixa litorânea da cidade de Itanhaém com seus prédios e praias, como no exemplo da vista da foto acima.

A trilha proibida

A região também é o ponto de partida para uma travessia de 28 km que liga o sul da cidade de São Paulo até Itanhaém, e que já foi explorada por um dos colaboradores do Mochileiros.com, o Jefferson Zanandréa. Em seu relato “Travessia – Parelheiros x Itanhaém (trilha do rio branquinho)“, ele conta os detalhes dessa aventura.  A chamada “trilha proibida” já colocou muitos aventureiros experientes em apuros e foi até assunto para uma matéria do Estadão.

As trilhas permitidas

Mas você não precisa ser um Bear Grylls para conhecer a região. É possível fazer umas das trilhas permitidas pela administração do Parque Estadual Serra do Mar, que segundo o relato do Jefferson são:

1- Trilha da Bica – Trilha fácil com caminhada leve na mata e que termina em uma bica d água, trecho de 1,4 km.

2- Trilha do Mirante – Trilha moderada para pessoas inexperientes. No cume da serra é possível apreciar uma paisagem de tirar o fôlego sobre as praias do litoral sul, trecho de 1,6 km.

3- Trilha do Telégrafo – Trilha pesada para pessoas inexperientes. Esta é uma travessia histórico cultural, por onde passava a linha de telégrafo que fazia a ligação entre São Paulo e o sul do pais, trecho de 15 km (duração 8 horas).

Cachoeira da Usina. Foto: Rafael Gonçalves / Blog Raffa no Caminho.

Guia turístico e a Onça Parda

Em 2012 a Prefeitura de São Paulo, em parceria com o Instituto Kairós-Ética e Atuação Responsável, disponibilizou o guia “Ecoturismo e Agroecologia no Extremo Sul de São Paulo”  que traz diversas informações sobre a biodiversidade e o patrimônio histórico e cultural da região, entre outras informações e raridades como a foto abaixo que é o registro de uma Onça Parda fotografada na mata em 2010.

O guia pode ser baixado aqui!

A resistência de Tenondé Porã

Na cidade fundada pelos jesuítas em 1554 (com trabalho indígena), onde hoje o cinza é a cor oficial, o povo Guarani Mbya só conseguiu retomar, em meados de 2016, 16 mil hectares de terra, transformadas em área demarcada.

A terra “Tenondé Porã”, que em guarani significa “futuro melhor” é uma reserva de Mata Atlântica que abriga cerca de 2.000 indígenas, divididos por seis aldeias. A luta para transformar a área em reserva levou 30 anos mas ainda sofre por ser vizinha da maior metrópole do país.

As águas da Represa Billings que margeiam as terras, estão poluídas e por isso não possuem mais peixes para a pesca. A caça também não é mais possível, pois já não há mais tantos animais assim e a aldeia sobrevive dos poucos alimentos que consegue plantar e da inclusão em programas de “benefícios” sociais do Estado. E há quem diga que o problema esteja na “vagabundagem dos índios”, o que é mais uma prova do quão doente está uma espécie que se orgulha da autodestruição.

Cacique Elias, da aldeia Tenondé Porã. Foto: Lucas Lima / UOL.

A Cratera de Colônia

A “Cratera de Colônia”, que parece o nome de um filme de ficção científica, é uma cratera com cerca de 3,4km de diâmetro e que tem em seu interior o bairro de Vargem Grande, com cerca de 40 mil habitantes e é uma das atrações do extremo sul da cidade de São Paulo.
A cratera é o resultado do impacto de um meteoro que se chocou com a Terra há aproximadamente 20 milhões de anos. No Brasil existem apenas cinco destas estruturas, e cerca de 70 no mundo todo. Porém, a cratera de Colônia é a mais próxima de um ambiente urbano (está a 35 km do centro da cidade de São Paulo).

 

Como chegar

Pra quem pretende se aventurar por essas bandas, o blog do Raffa no Caminho (Membro de honra do Mochileiros.com) mostra o caminho das pedras: “Você precisa pegar o busão no terminal metrô Vila Mariana até o terminal Parelheiros e de lá pegar outro ônibus para o bairro da Barragem e descer no ponto final. Depois seguir pela estrada de terra até a linha de trem. Lá você irá passar pela Estação Evangelista de Souza, Propriedade do Jamil, um dos moradores da região. A cachoeira da Usina fica  numa trilha a direita antes do túnel 27. Depois é só seguir a trilha que você vai chegar no rio aonde existe uma carcaça de uma ponte de madeira, só atravessar com cuidado pelo rio e verá a cachoeira.”

Saiba mais:

***
Por Silnei L Andrade no Mochila Brasil.

 

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