Uma breve história sobre os sinais de trânsito

Via Estadão Mobilidade.

Os sinais de trânsito estão presentes em todo o planeta. Apesar de fazerem parte do dia a dia, muitas pessoas desconhecem suas origens e seu desenvolvimento ao longo dos anos. Confira um pouco dessa história.

A implantação de sinalização e controle de trânsito nunca chegou ao fim. Foto: Adobe.

Sinais de trânsito: Império Romano e Idade Média

Os primeiros sinais de trânsito surgiram no Império Romano. A distância entre Roma e outras localizações era escrita em grandes colunas de pedras nas estradas. Devido à inexistência de mapas, essa era uma das únicas formas de os romanos se orientarem pelo caminho e conseguirem retornar para a cidade depois das viagens.

Sinal de trânsito do século XVII em Alfama, Lisboa.

Mas os sinais de trânsito passaram mesmo a se popularizar durante a Idade Média, quando o número de cidades e vilas começou a crescer e as estradas passaram a ter placas informando a direção e a distância entre elas. Com o passar do tempo, foi a vez de as próprias vias urbanas ganharem placas para facilitar o controle da quantidade de pessoas e carroças que circulavam pela cidade.

Um exemplo disso foi o império de D. Pedro II, que criou o primeiro regulamento de trânsito do mundo para Portugal. O documento estabelecia a inserção de placas de prioridade de passagem em determinadas ruas, para não ocasionar acidentes. Após a Revolução Industrial, a sinalização de trânsito teve um “boom” que possibilitou a fabricação dos mais diferentes tipos de veículos motorizados.

Sinalização de trânsito: Revolução Industrial e modernização

Antes dos semáforos automatizados, pedestres, bicicletas, carros de rua, cavalos e automóveis criavam congestionamentos perigosamente caóticos em Nova York. Foto: Drive Safely.

Após a Revolução Industrial, as cidades europeias e norte-americanas iniciaram um longo processo de modernização, visto que suas ruas já não podiam mais suportar o crescimento populacional e a grande quantidade de veículos que circulavam por elas. Para fins de comparação, em 1900 a frota de veículos dos Estados Unidos era de aproximadamente 8 mil; de forma surpreendente, o número saltou para 2,5 milhões de carros apenas oito anos depois, em 1908.

Assim, foi preciso que os gestores urbanos começassem a agir com urgência para evitar que a modernidade gerasse mais problemas do que benefícios. Foi nesse sentido que em Londres (Inglaterra) foi instalado o primeiro semáforo do mundo, em 1868.

O primeiro semáforo foi projetado por JP Knight e instalado do lado de fora das casas do Parlamento Britânico em 1868.

Devido à tecnologia disponível na época, o equipamento era completamente diferente dos da atualidade: além de utilizar luzes a gás, ele precisava ser controlado por policiais. Um tempo depois, devido a acidentes e inviabilidade, o equipamento passou a ser adaptado e testado de formas diferentes em outras cidades.

Mas foi apenas em 1920, em Detroit (Estados Unidos), que surgiu o semáforo mais próximo do que conhecemos hoje. Criado por William Potts, ele utilizava o sistema de três cores e podia controlar o trânsito de quatro vias ao mesmo tempo. Seu sucesso foi tão grande que ele foi adaptado para diversas cidades do mundo.

Em 1920, o primeiro sinal de três cores, com luz amarela de “atenção”.

Com os avanços tecnológicos e o início do uso de satélites para geolocalização, os semáforos passaram a evoluir cada vez mais, sendo adaptados para as necessidades específicas de cada nação. De forma similar, o processo ocorreu com as placas de sinalização, que foram instaladas em locais estratégicos para melhor controlar os fluxos e oferecer mais segurança para a população.

Sinais de trânsito inteligentes tornam os cruzamentos mais seguros e eficientes. Imagem: Shutterstock.

Diante disso, é possível dizer que a implantação de sinalização e controle de trânsito nunca chegou ao fim, uma vez que as discussões sobre o tema ainda estão em andamento em todo o globo. Além disso, fica nítido que a sinalização de trânsito está em constante mudança, acompanhando principalmente as necessidades temporais de cada local e a tecnologia disponível no momento.

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Fonte: Setas Sinalização. Edição: São Paulo São.

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