Uma peleja em Buenos Aires, mas poderia ser no Pacaembu


Na semana passada estive por quatro dias em Buenos Aires, e pouco circulei pela cidade. Fiquei em Palermo Hollywood, um bairro charmoso, arborizado, com ciclovias, e que mistura bares, restaurantes, residências, cafés, igrejas, lojas de roupas e acessórios e tantos outros estabelecimentos.

Caminhei pelas ruas, nas quais convivem amigavelmente automóveis, coletivos, motos e bicicletas. Até tarde da noite ouve-se pessoas transitando pelas calçadas, embaladas por conversas quase sempre animadas pelo inconfundível sotaque portenho.

Como misturei trabalho e lazer, nos dois primeiros dias fiquei em casa, num esquema não muito diferente do que pratico em São Paulo. O acesso à Internet e a mobilidade de telecomunicação nos permite tocar a vida de qualquer lugar do mundo desde que haja um sinal razoável de WiFi.

No sábado, dia do meu aniversário, recebi um grande presente da minha filha Nina Sivalli: assistir a partida de futebol entre os Argentinos Juniors e o Boca Juniors. O time visitante venceu por 3 a 1 com direito a um belo gol, do final do primeiro tempo, do craque Carlos Tevez, que voltou a jogar na equipe pela qual é apaixonado.

Além de acompanhar a peleja da arquibancada, visitar o Museu do clube, que conta com uma sala dedicada ao seu maior ídolo, Diego Maradona, após o término do jogo nós tivemos acesso ao gramado, onde foi possível, por alguns minutos, sentir a emoção dos jogadores.

A “arena” do Argentinos Juniors é modesta, mas a energia da torcida, que vibrou durante os 90 minutos, é semelhante, mas em menor proporção, à que senti numa ocasião ao ver o Corinthians jogar no Pacaembú.

Fiquei muito feliz com a surpresa e mais ainda porque a Nina me acompanhou em tudo. Foi um presentão inesquecível e quando ela vier a Sampa já combinamos uma ida à Arena Corinthians para ver o Timão jogar na sua casa, com direito a viver a empolgação da Fiel Torcida, aquela que se autodenomina reunir “um bando de loucos”.

E por falar nesse estado que pode se caracterizar por pessoas com problemas na mente, quando se fala de futebol, essa tal de loucura ou descontrole está impregnada em todas as torcidas, inclusive entre os fanáticos dos Argentinos Juniors.

Para não entrar nessa discussão prefiro reverenciar o genial e eterno Raul Seixas, o Maluco Beleza, aquele que tornou a compreensão da loucura acessível a qualquer um de nós numa doce canção memorável e sem qualquer contra indicação. Por aqui, fico. Até a próxima.

Leno F.Silva é diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.

 

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