A iniciativa tem como meta pesquisar com rigor científico as questões raciais e contribuir com estudos e ações que possam combater o racismo que não está apenas nos indivíduos, mas na organização da sociedade brasileira, segundo reportagem de Jô Miyagui da TVT.
“Nosso objetivo é justamente esse, trazer de fato uma proposta, indicativos, estudos, oferecer também cursos, materiais de apoio para as pessoas e universidades que precisarem de apoio pedagógico e científico”, destaca a integrante do Observatório do Racismo Almunita dos Santos. A estudante Carolina Dutra Pereira, que também faz parte do Observatório e integra o coletivo NegraSô, acrescenta que a iniciativa engloba diversas áreas e atuações nacionais e internacionais. “Para a gente saber aonde vamos, temos que saber de onde viemos. o Observatório é justamente isso”, descreve. “É para conseguir estabelecer políticas públicas que possam minimamente combater o racismo.”
Ainda hoje o preconceito racial no país se reflete em diferentes dados, como no estudo divulgado nesta quarta pelo IBGE, apontando que a população negra, maioria no país, recebe até 31% a menos que os brancos e, entre os mais pobres, 75% são negros. Combater essa discriminação passa, portanto, pelo reconhecimento dessa sociedade racista, mas também pelas mãos dos governantes, como alerta a jornalista, professora e escritora Bianca Santana.
“A gente precisa que pessoas negras ocupem posições de poder, que tenham a luta antirracista como motivador. E quando, obviamente, tivermos candidaturas brancas, porque isso precisa ser representativo da sociedade, essas pessoas também precisam compreender a questão racial como estruturantes das nossas maiores injustiças e desigualdades”, afirma a jornalista.
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Por Redação RBA.