Balé da Cidade de São Paulo tem homenagem a David Bowie e duas estreias mundiais

A temporada tem o nome de Danças e Quimeras. “Apresentaremos novos vocabulários do corpo e iniciamos uma nova era de investigação e pesquisa de linguagens”, explica o diretor artístico do Balé da Cidade de São Paulo, Ismael Ivo.

A primeira da série de coreografias apresentada no palco do Municipal será Deranged. O coreógrafo Chris Haring se inspirou na música I’m deranged, composta por David Bowie em parceria com o músico e produtor Brian Eno em 1995. O trabalho é baseado no método do Liquid Loft, companhia criada em Viena por Haring que transforma gravação de voz em sequências de movimento. Dessa forma, as vozes de 12 bailarinos gravadas são mixadas e reproduzidas para eles por meio de alto-falantes no palco.

A mixagem das vozes com a obra do Bowie foi feita pelo músico Andreas Berger. A companhia apresenta movimentos a partir desse material pré-gravado. Durante os espetáculos, os bailarinos executam a coreografia sincronizando os lábios ao som que está sendo projetado, transformando Deranged em uma linguagem corporal completa, projetando nos corpos “esculturas de stop motion”.

O trabalho provoca uma sensação de desajuste, de repressão à expressão. “A sequência de movimentos acompanhada das palavras faladas pré-gravadas reflete as muitas personalidades hospedadas dentro de um corpo humano, como uma luta interior e isso aparece quando os bailarinos mudam rapidamente de um personagem para o outro”, explica Haring que faz sua estreia na América do Sul com este trabalho para o Balé da Cidade de São Paulo.

Para Trovador, o brasileiro Alessandro Pereira, coreógrafo residente na Companhia Dança Teatro da Dinamarca em Copenhagen, se inspirou na figura do trovador que se expressava por meio da criação e interpretação de composições poéticas na antiguidade.  “Ser brasileiro hoje em dia é muito um exemplo disso… as pessoas estão dando as suas opiniões, independente de quais sejam”. O trabalho foi desenvolvido ao longo de três semanas em que Pereira esteve no Brasil.

"Adastra"é o triunfo alcançado por meio do esforço. Foto: Clarissa Lambert.

Pereira já coreografou para o Balé da Cidade de São Paulo durante o projeto Dançographismus em 2015, quando foi responsável por Instante, inspirado na obra da escritora Clarice Lispector. “Sua carreira já está marcada por criações coreográficas para importantes companhias europeias, mesmo assim ressaltamos a importância de dar visibilidade ao desenvolvimento de novos coreógrafos brasileiros”, explica Ivo.

Adastra, coreografia já do repertório do Balé da Cidade de São Paulo, se inspira na luta pessoal de cada um na busca de um sonho impossível. É o triunfo alcançado por meio do esforço. De vigorosa técnica, os bailarinos executam movimentos precisos que prendem a atenção e o fôlego da plateia. O coreógrafo Cayetano Soto é reconhecido internacionalmente por suas obras técnicas, complexas e imprevisíveis.

Epílogo

Epílogo — Um Ícone — será uma coreografia em homenagem a David Bowie. Foto: Reprodução.

Ainda dentro da segunda temporada, a companhia apresenta o epílogo — Um Ícone — em homenagem a David Bowie, com pequenas intervenções coreográficas inspiradas no mundo da composição Space Oddity e nas referências da era Glam Rock. Nesta fase a figura andrógina do personagem de Ziggy Stardust, alter ego do Bowie, foi um de seus maiores símbolos. O desfecho também abordará as relações pessoais do artista com alusão às duas mulheres da vida do Bowie.

50 anos

O Balé da Cidade de São Paulo completa 50 anos em 2018. Uma programação especial foi elaborada para celebrar este importante cinquentenário, com um repertório que preserva a qualidade artística e abre horizontes para novos caminhos de criatividade e inovação. Na estreia da companhia em 2018, o espetáculo Um jeito de Corpo: Balé da Cidade Dança Caetano bateu recorde de público, com ingressos esgotados, reunindo cerca de 13 mil pessoas em março deste ano.

O Balé da Cidade de São Paulo tem como diretor artístico o bailarino e coreógrafo Ismael Ivo que também é fundador, diretor e conselheiro do Festival ImPulsTanz, de Viena. Foto: Sylvia Masini.

Após Deranged, Trovador e Adastra, a companhia estreia em setembro uma releitura de uma das mais importantes obras do século XX, A Sagração da Primavera, com direção de Ismael Ivo. As apresentações serão acompanhadas pela Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo sob a regência do maestro Roberto Minczuk.

Um grande evento de celebração da dança, com a presença do Corpo de Baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e da São Paulo Companhia de Dança, acontece ainda este ano para marcar este grande cinquentenário.

Serviço:

Balé da Cidade de São Paulo
Theatro Municipal de São Paulo – Sala de Espetáculos

Deranged (Estreia Mundial)
Coreografia: Chris Haring.

Adastra
Coreografia: Cayetano Soto.

Trovador (Estreia Mundial)
Alessandro Pereira, coreografia.

Epílogo: Um Ícone
Coreografia: Ismael Ivo.

Quando: Sex 6/7, 20h; Sáb 7/7, 20h; Dom 8/7 , 18h; Qua 11/7, 20h; Qui 12/7, 20h; Sex 13/7, 20h; Sáb 14/7, 20h; Dom 15/7, 18h.

Classificação indicativa: 14 anos.
Duração: aproximadamente 120 minutos.
Ingressos de R$ 12 a R$ 80. Meia-entrada para aposentados, maiores de 60 anos, professores da rede pública e estudantes.
Vendas na bilheteria do Theatro Municipal de São Paulo ou pelo site www.eventim.com.br

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Com informações da SMC.

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