Exposição ‘Riscos e Rabiscos: Lendo a Cidade’ traduz a linguagem visual de São Paulo através da tipografia

Patricia Audi, vice-presidente executiva de Comunicação, Marketing, Relações Institucionais e Sustentabilidade do Santander ressalta que “a comunicação é o grande instrumento de transformação do mundo e das organizações”. “A compreensão mais ampla da história e da atualidade do código da fala e da escrita, ou seja, do alfabeto, nos motivou a estender esse conhecimento ao grande público e a todos os frequentadores do Farol Santander”, afirma a executiva.

Foto: Renato De Cara.

A tipografia clássica revela-se desde que o primeiro homem começou a desenhar riscos e rabiscos em paredes de cavernas, criando escritas, hieróglifos e alfabetos. Na contemporaneidade, a tipografia mostra como São Paulo produz uma linguagem própria, por meio de elementos retratados na exposição, como grafites, lambe-lambes, carimbos, giz, caligrafia, o pixo interpretado em néon e a pintura.

Para Leonel Kaz, curador da exposição, a cidade fala conosco por meio de várias linguagens. “Todos procuramos nos comunicar uns com os outros por meio destes códigos fascinantemente escritos pela história: os alfabetos e os números. O mundo inteiro se articula e existe, convive e produz, ama e cria com palavras. Em São Paulo, temos uma tipografia urbana paulistana singular, que fala conosco. Agora, teremos a oportunidade de falar com ela”, explica.

Apresentada pelo Ministério da Cidadania e com curadoria de Leonel Kaz, a mostra ocupará os andares 19 e 20 do edifício.

20º andar

Com curadoria de Leonel Kaz, mostra reúne cartazes, fotos, painéis, vídeos e interatividade, em projeto cenográfico de Daniela Thomas e Felipe Tassara. Foto: Mauricio Machado.

A expografia de “Riscos e Rabiscos: Lendo a Cidade” é dividida em alas. No 20º andar, que abre a exposição, o vídeo “Evolução da Escrita”, de Antonio Curti e Flávio Reis (consultoria de Carlos Horcades) – com estilo clássico e pop, narra a história desde os primeiros riscos e rabiscos nas cavernas, há cerca de 35 mil anos, até nossos dias mostrando como arte, arquitetura e o desenho das letras se entrelaçam.

Na sequência, o visitante encontra a “Sala dos Alfabetos” – uma série de cartazes com alfabetos não latinos; alfabetos criados por artistas brasileiros (a partir da escrita anônima encontrada nas ruas) e alfabetos latinos clássicos e contemporâneos (aplicados à sinalização urbana de São Paulo).

Ainda neste andar, o Grande Salão é dedicado à tipografia urbana da capital paulista. São sete obras originais:

Tipos colados como cartazes [lambe-lambe] do arquiteto e artista gráfico Gilberto Tomé. Imagem: Reprodução.

1) O grafite de Daniel Melin e o Grafite: Um painel original do artista de São Bernardo do Campo ocupando uma parede de 14 m²;
2) Oficina do Giz: Outro painel com 14m², desenvolvido por Cristina Pagnocelli, especialista em técnicas com giz de cera, o mesmo usado nas lousas escolares;
3)  O Pixo em Neon: Desenvolvido pelo artista multimídia Alexandre Orion, o Pixo Reto de Tony de Marco: o co-editor da Tupigrafia apresenta um díptico multicolorido;
4) As letras sobre distintos suportes – tijolo, azulejo e vidro: Painel elaborado por Victor Tognollo, do Estúdio Itálico;
5) O retorno e atualidade da Caligrafia, realizado em dois painéis do artista Gui Menga;
6) Um grande painel em serigrafia com imagens fotográficas e lambe-lambes em serigrafia de Gilberto Tomé, da GráficaFábrica;
7) Um XIS cenográfico ao centro do salão apresenta dois vídeos: “Em Torno do Farol”, que mostra a presença das letras no Centro de São Paulo em fachadas, postes, ruas e calçadas numa produção de João Falztyn e Rodrigo Inada; o outro vídeo é “Hystory of Typography” (História da Tipografia), uma animação sobre a criação das principais fontes de letras, de autoria do canadense Ben Barret-Forrest.

Cena de "A História da Tipografia" do canadense Ben Barrett-Forrest. Imagem: Reprodução.

O primeiro andar da exposição se completa com a Oficina de Carimbos, dirigida por Gilberto Tomé e Danilo de Paula, da GráficaFábrica, onde visitantes de todas as gerações poderão participar. Ao fundo da Oficina, as dez capas da revista Tupigrafia, dedicada às artes gráficas brasileiras, coordenada por Claudio Rocha (consultor da exposição) e Tony de Marco.

19º andar

Tipos Paulistanos de José Roberto Delboux. Foto: Edson Kumasaka.

No 19º andar, o projeto cenográfico de Daniela Thomas e Felipe Tassara permite a exploração do espaço com oito grandes curvas estruturadas em metal, com cerca de 200 fotografias em grande formato (em backlight) que mostram a tipografia urbana de São Paulo, no passado e hoje em dia.

1 – Fotos de época, principalmente anos 1940/1950: Diversos registros e olhares de uma época em que a tipografia urbana de cartazes inundava as ruas de São Paulo. As imagens são de Peter Scheier, Alice Brill, Henri Ballot (Instituto Moreira Salles) e ainda acervos da editora Abril e Folha de S. Paulo.

Letras que estão nas ruas, nas paredes, nos bueiros e nos letreiros serão apresentadas em fotos históricas. Foto: Alice Brill.

2 – Fotos de Mauricio Nahas: Realizadas especialmente para a exposição, as imagens apresentam uma visão potente e corajosa da tipografia urbana paulistana.
3 – Ensaios fotográficos de Renato de Cara: Uma percepção sensível de como a tipografia anônima, dependendo de quem a vê, se transforma em puro design.
4 – Fotos de José Roberto D’Elboux, de Tipos Paulistanos: D’Elboux criou o site @tipos paulistanos, onde milhares de fotos documentam por quais letras a cidade andou e se viu nos últimos 200 anos.

Ao final, a mostra ainda conta com uma experiência imersiva e interativa, desenvolvida por Antonio Curti e equipe. O visitante poderá entrar em projeções que fundem o próprio corpo às letras, além de experiências individuais interativas com vídeos que simulam escritas em areia de praia, nuvens.

Foto: Mauricio Nahas.

A exposição mostra como a tipografia urbana paulistana é singular, fala conosco. Agora, surgiu a oportunidade de falar com ela, visitando a exposição no Farol Santander e passando a reconhecer no caminho ao trabalho, à escola, como a cidade tem uma linguagem própria que dialoga conosco e enriquece nosso dia-a-dia, quando passamos pelas ruas e calçadas, lendo a cidade.

Sobre o curador Leonel Kaz

  Com curadoria de Leonel Kaz, mostra reúne cartazes, fotos, painéis, vídeos e interatividade, em projeto cenográfico de Daniela Thomas e Felipe Tassara. Foto: Mauricio Machado.

Leonel Kaz, jornalista, foi curador do Museu do Futebol. Foi co-autor e editor de 40 livros sobre arte e cultura. Foi Secretário de Cultura e Esportes do Estado do Rio e professor de Cultura Brasileira na PUC/ Rio. No Farol Santander, Leonel já assinou a curadoria da exposição “Deu Liga! UEFA Champions League”.

Serviço

Exposição: “Riscos e Rabiscos: Lendo a Cidade”
Quando: de 12 de julho a 03 de novembro.
Onde: Rua João Brícola, 24 – Centro (estação São Bento – linha 1, azul do metrô).
Entrada acessível: Rua João Brícola, 32.
Site Farol Santander: farolsantander.com.br
Funcionamento: terça a domingo.
Horários: 9h às 20h (terça a domingo).
Ingressos: R$ 25,00 (visitação completa ao Farol Santander).
site e bilheteria física no local.
Capacidade por andar: 60 pessoas.
Acessibilidade: Banheiros e elevadores adaptados, rampas de acesso.

 Foto de José Roberto D’Elboux do seu projeto Tipos Paulistanos.

Artistas participantes:  Ben Barret-Forest, Mauricio Nahas, Daniel Melin, Cristina Pagnocelli, Alexandre Orion, Tony de Marco, Victor Tognollo, Gui Menga, Gilberto Tomé, Danilo de Paula, Renato de Cara e José Roberto D’Elboux.
Cenografia: Daniela Thomas e Felipe Tassara.

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Com informações da Marra Comunicação. Edição: São Paulo São.

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