Cidades gentis são aquelas voltadas para as pessoas, que oferecem boas infra estruturas para ciclistas e pedestres e estimulam a população a usufruir o espaço urbano, com ampla oferta de ciclovias, calçadas largas, praças, parques e jardins públicos. Muitas capitais europeias foram construídas com esse fim, pois são inúmeras as vantagens para a sociedade em termos de saúde, bem-estar, sustentabilidade e economia financeira. É por isso que uma das principais prioridades dos planejadores urbanos europeus é tornar as metrópoles favoráveis aos pedestres e ao uso da bicicleta, reduzindo significativamente o espaço do carro.
Por meio da promoção de meios de transporte ativos, podemos ter cidades inteligentes, saudáveis e conectadas. Onde a gentileza e a empatia são naturais, pois a convivência já é harmoniosa e amigável.
Mas mesmo em grandes metrópoles, como São Paulo, onde esse cenário ainda é utópico, é possível desenvolver essas qualidades, melhorando o astral diário nas ruas. A empatia é uma habilidade básica para o convívio social e coletivo e deve ser ensinada às crianças desde cedo, para uma vida em sociedade com respeito pelos outros e pelo espaço público. Gentileza gera gentileza e impacta diretamente na melhora da mobilidade urbana. E a mudança começa por nós mesmos. Confira dez ações para tornar a cidade um lugar mais gentil, seguro, democrático e agradável:
1. Sinalize sempre. Acione sempre a seta para mudar de faixa, fazer conversão em ruas ou estacionar. Além de ser passível de multa, este ato mostra o respeito com motoristas, pedestres e ciclistas.
2. Não buzine. A poluição sonora é um dos grandes fatores de estresse urbano, e a buzina faz parte desse “pacote”. Ela deve ser acionada apenas para chamar a atenção, com um leve toque, e não da forma insistente.
3. Aguarde a sua vez. Dirigir muito próximo à traseira de outro carro ou ficar piscando o farol não ajuda ninguém.
4. Dirija com atenção plena. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a prioridade é sempre dos mais frágeis, no caso pedestres e ciclistas. É dever do motorista ficar atento à movimentação de todos os “atores” nesse cenário complexo.
5. Caso não haja faixa de travessia e semáforo, a preferência é sempre do pedestre. Também é essencial aguardar a travessia do pedestre com calma, sem acelerar o carro ou a moto.
6. Evite o “bate-boca”. Mantenha-se no controle e evite qualquer discussão nas ruas, mesmo que você tenha razão. Respire fundo e acalme os ânimos.
7. Tenha paciência com idosos e condutores inexperientes e peça desculpas quando errar.
8. Ofereça o lugar para grávidas, deficientes, idosos e pessoas com crianças nos ônibus, trens e metrôs, independentemente de o lugar ser ou não preferencial.
9. Quando andar nas calçadas, preste atenção nas pessoas que vêm à frente, calculando o espaço para não trombar nos outros. Muita gente caminha com os olhos grudados no celular, indiferente aos outros pedestres.
10. Ainda nas calçadas: não dá para ir de bike o patinete buzinando para que o pedestre saia da frente. Esse espaço é prioritário para quem caminha, e uma vez que o ciclista decidiu (ou precisou) usar essa via deve ir devagar e com cuidado, desviando dos caminhantes.
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A Tegra Incorporadora é parceira da iniciativa.
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Por Chantal Brissac da Redação.