O Sesc SP e o Museu da Pessoa são parceiros desde 1994, quando iniciaram o projeto “Memórias do Comércio em São Paulo”, cujo objetivo é registrar as histórias do comércio com foco em narrativas de vida de comerciantes, comerciários e pessoas envolvidas na cadeia produtiva do comércio.
Este acervo engloba arquivos particulares dos entrevistados e a sistematização de informações sobre os contextos sociais, culturais e históricos. Atualmente são 263 entrevistas registradas em vídeo e uma coleção de mais de 1.000 fotos e documentos digitalizados e catalogados.
“As memórias de mim mesmo me ajudaram a entender as tramas das quais fiz parte”. Paulo Freire, educador, nascido em Recife (PE) em 1921.
“Quem sou eu?”
“Quem sou eu?” Esta pergunta tão singela quanto instigante é o eixo narrativo da exposição, mote inspirado no trabalho do psicólogo americano Jerome Bruner (1915-2016). Precursor da psicologia cognitiva, ele afirmou: “nós construímos e reconstruímos nossos ‘eus’ constantemente para satisfazer as necessidades das situações com que nos deparamos, e fazemos isso com a orientação de nossas memórias do passado e de nossas esperanças e medos do futuro”.
A reflexão dialoga diretamente com o trabalho realizado no Museu da Pessoa, dedicado ao registro, preservação e disseminação de histórias de vida. Idealizado e fundado em 1992 por Karen Worcman, o Museu tem como marca o pioneirismo: ao longo de sua trajetória constituiu um acervo audiovisual único, representativo de uma fração importante da história social brasileira de fins do século XIX até os dias atuais e já recebeu 19 prêmios. A verdadeira potência desse acervo, composto por 18 mil histórias de vida, está em provocar escutas que, por meio da empatia, propiciem mudanças nas perspectivas que temos sobre o mundo e sobre nós mesmos. “Somos, afinal, seres históricos, mas não apenas isso: somos seres na História carregados de histórias”, afirma Karen.
“Eu gosto de contar minha história, que é uma história que tinha tudo para ter outro final. É como se eu dissesse ao passado: achou que eu não ia ser ninguém, olha eu aqui!”. – Sérgio Vaz, poeta, nascido em Ladainha (MG) em 1964.
A exposição
Os ambientes da exposição têm como base o círculo, a forma ancestral de compartilhamento de histórias. Distribuídos em dois módulos, apresentam separadamente as obras “Um Instante que Resiste”, “Ensaio para Sinônimos” e a coleção “Vínculos Afetivos”, além de uma breve história dos 25 anos do Museu da Pessoa no Brasil. A cenografia da exposição foi concebida por Marcelo Larrea, diretor de arte e cenógrafo argentino radicado no Brasil, que tem como um dos pilares de seu trabalho os valores da sustentabilidade, enfrentando os desafios cotidianos com a redução de impactos negativos no meio ambiente.
Assim como o Museu da Pessoa, a exposição é interativa. Os visitantes podem gravar depoimentos de um minuto respondendo à pergunta: “Quem sou eu?”. O resultado será exibido em um painel que fará parte da mostra.
O Museu da Pessoa
O Museu da Pessoa existe há 25 anos e tem a missão de tornar a história de vida de toda e qualquer pessoa parte do patrimônio intangível de nossa sociedade. Outorgou-se o nome de Museu na medida em que entendeu que a aquisição, preservação e disseminação de seu objeto de acervo – as histórias de vida – eram a essência de seu existir.
Optou-se pelo acervo virtual – antes mesmo da Internet – porque o grande valor das narrativas de vida estava em seu conteúdo e era, portanto, imaterial. Definiu-se como colaborativo na medida em que integrou o público em todas as formas de participação, ou seja, dando a toda e qualquer pessoa a possibilidade de tornar-se, ela própria, acervo do museu; ou a possibilidade de assumir o papel de curador da memória.
As histórias também são disseminadas por meio de produtos culturais como livros, exposições, documentários, sites, etc, e utilizado posteriormente em projetos socioculturais, colaborando com a transformação da cultura e dos valores, promovendo o diálogo e contribuindo na difusão das memórias individuais e coletivas.
Em 25 anos de atuação, o Museu da Pessoa inspirou a criação de três outros museus em Portugal, Canadá e EUA. Hoje conta com um acervo de 17 mil depoimentos de histórias de vida e 60 mil documentos e imagens que contam a história de instituições, cidades e de grupos sociais diversos. São mais de 260 projetos nas áreas de educação, comunicação, memória institucional e desenvolvimento social.
Serviço
Exposição “Quem Sou Eu?”
Serviço
Exposição Quem sou Eu?
Sesc Vila Mariana – Rua Pelotas, 141, São Paulo – SP.
Abertura: 22 de setembro, sexta, às 19h.
Visitação: De 23 de setembro a 17 de dezembro.
Terça a sexta, das 10h às 21h30;
Sábados, das 10h às 20h30; domingos e feriados, das 10h às 18h30.
Local: Hall dos Elevadores (Piso Térreo – Torre A).
Grátis.
Agendamento de grupos: agendamento@vilamariana.sescsp.org.br
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Com informações da Assessoria de Imprensa | Sesc Vila Mariana e do Museu da Pessoa.