A curadoria artística do espaço teve início com uma a ação social prevista para a instalação da cobertura ecológica que contou com o apoio das escolas públicas do Vidigal, realizada em 8 de agosto de 2014, na qual alunos da Escola Municipal Almirante Tamandaré e Escola Municipal Prefeito Djalma Maranhão fizeram o primeiro plantio das ervas medicinais, usando adubos de substratos naturais produzidos pelos garis comunitários do Vidigal. A iniciativa foi importante para dar início a transformação do espaço em um polo educativo que promove reflexões sobre medicina alternativa, ecologia e meio ambiente aos moradores da cidade do Rio de Janeiro e aos turistas que visitam a trilha dois irmãos.
O espaço se reaviva como o “marco de resiliência” dos 75 anos do Vidigal, por ter concluído a curadoria artística em 08 de agosto de 2015, dia que completou um ano da intervenção. Nesta data foi oficialmente apresentada ao público a “galeria viva”, propositalmente no ano que a comunidade completou 75 anos de acordo com os registros oficias dos órgãos públicos competentes, e também, pelo processo de desenvolvimento da ação ter desencadeado as comemorações dos 75 anos da favela, assim como pela primeira vez evento dessa natureza na comunidade.
A conclusão da curadoria artística, no equipamento urbano movida por um movimento antropologicamente social e cultural envolvendo arquitetura, agricultura e a arte, promoveu o espaço a uma (enciclopédia urbana), por proporcionar a partir daí reflexões sobre os temas históricos que pedagogicamente são interpretados como capítulos da história local, e estão expostos em cenas da galeria, relacionados com a história do Brasil e a história geral.
Esses recursos são necessários ao incentivo da interpretação da cultura, politica, filosofia, tecnologia e as ciências ambientais, fatores importantes que tornam o espaço uma célula na comunidade do Vidigal, ferramenta de ensino para a criação de uma consciência regional.
Esse espaço vivo, que faz fotossíntese com as (Ervas medicinais), “expressa os sentimentos” da comunidade através da arte, arte musical (samba rap) composto por MCs e compositores da comunidade e com potencial turístico a arte urbana, foi construído com vertente coletiva graças a um envolvimento e comprometimento de uma espécie de cooperação solidária entre vizinhos e amigos no Vidigal. Essa coalizão artística “emite a revolução cultural dos três Ais, manifestados em toda evolução humana, composto pela arquitetura, agricultura e arte, arte sendo ela visual (arte urbana – grafite) e sonora (Hino a resiliência do Vidigal – música) ”.
Sendo assim, a composição arquitetônica do equipamento urbano do ponto de transporte alternativo do Vidigal, que torna o espaço uma galeria ecológica urbana a céu aberto, é um legitimo instrumento de transformação social, por ser uma ferramenta de estudos e reflexões de resiliências, além de permitir que os sujeitos populares sejam atores coadjuvantes na arte viva em um espaço público exemplo de “plataforma de reparação social”.
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Por Guto Graciano e Graça dos Prazeres curadores artísticos do projeto.