O museu público estadual projetado por Ramos de Azevedo e batizado de Pinacoteca de São Paulo vai ganhar um novo prédio, que já começou a ser construído. A instituição pertence à Secretaria de Cultura e Economia Criativa, e, com a ampliação do espaço, se tornará um dos maiores museus de arte da América Latina.
Hoje, a Pinacoteca é constituída por dois prédios: a Pinacoteca Luz e a Pinacoteca Estação. Juntas, elas ocupam 22.041m², sendo 9.112m² somente de área expositiva. Com a expansão do espaço cultural, a expectativa é de que, a partir de novembro de 2022 — data prevista de inauguração do novo espaço — a “Pina” tenha potencial para receber até 1 milhão de visitantes por ano.
O orçamento inicial destinado às obras é de R$ 85 milhões — e essa verba será provida por uma parceria entre o Governo de São Paulo, que investirá R$ 55 milhões, e a iniciativa privada. O intuito da iniciativa é consolidar e revigorar o eixo cultural da região central da cidade de São Paulo.
“Nós estamos expandindo os programas de museus, tanto com a criação de novos quanto com a expansão dos existentes. Estamos mantendo e elevando o investimento em Cultura desde 2019, mesmo com o quadro da pandemia que impactou o setor de Cultura e economia criativa”, comentou o secretário de Cultura e Economia Criativa, Sérgio Sá Leitão.
De acordo com o projeto, a Pina Contemporânea terá um centro para atividades socioeducativas e duas galerias, que foram idealizadas especialmente para exposições que abriguem obras de diversos portes. Além disso, os espaços também acolherão a Biblioteca da Pinacoteca de São Paulo e o Centro de Documentação do Museu, ambos transferidos para o novo edifício. O prédio terá, ainda, um Jardim de Arte — que ligará o edifício da Luz ao novo prédio, hoje separados por um pequeno trecho —, uma área de serviços, restaurante, lojas e espaços comuns para o fluxo de visitantes.
Os dois blocos já existentes permanecerão intactos: com a nova construção, a única diferença na estrutura original será a conexão criada entre eles, através de uma grande praça pública coberta, de 1.340 m². Apesar de não passar por um processo construtivo propriamente dito, os antigos pavilhões enfrentarão uma reorganização, de forma que se adaptem aos possíveis novos usos. Para isso, serão adicionados um subsolo e um mezanino, que complementam a proposta.
O conceito da obra é conceber um ambiente inclusivo, aconchegante, integrado ao Parque da Luz e aos edifícios da Pinacoteca, ao mesmo tempo que dispõe dos requisitos de um museu do século XXI. O projeto foi assinado pela parceria entre o escritório Arquitetos Associados e Silvio Oksman.
O diretor-geral da instituição, Jochen Volz, ainda afirmou que, com as novas galerias, o museu terá mais espaço e flexibilidade para expor as mais de 10 mil obras de sua coleção, incluindo as de grande porte. “A Pinacoteca de São Paulo reafirmará a missão de constituir um museu de arte brasileira em diálogo com as culturas do mundo”, completa.
As contratações e aprovações relacionadas ao projeto foram feitas pela Associação Pinacoteca Arte e Cultura (APAC), a Organização Social que administra a Pinacoteca de São Paulo desde 2006, junto aos órgãos de preservação patrimonial e a Prefeitura. Quem quiser conhecer o resultado da Pina Contemporânea, antes mesmo da sua conclusão, poderá conferir através de realidade aumentada como o edifício ficará no horizonte, em uma das varandas da Pinacoteca Luz.
A Pinacoteca de São Paulo é um museu de artes visais com foco na produção brasileira do século XIX, até os tempos contemporâneos. O museu mais antigo da cidade de São Paulo também tem, como foco, o diálogo com as culturas do mundo. Hoje, seu acervo conta com cerca de 11 mil peças, incluindo artistas como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Almeida Júnior, Candido Portinari, entre outros.
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Por Naíza Ximenes no AECweb.