“Uma Noite em Sampa” a nova comédia de Ugo Giorgetti

O cineasta Ugo Giorgetti (“A Cidade Imaginária“ e “Boleiros 2 – Vencedores e Vencidos“) chega mais uma vez ao cenário paulistano com a comédia “Uma Noite em Sampa” que narra a história de um grupo de classe média-alta que vai assistir  uma peça no teatro Ruth Escobar, com um ônibus fretado e ao sair do teatro o motorista não está presente no local e o ônibus está trancado. O grupo no entanto, não moram na cidade e, perdidos em São Paulo, começam a ficar deseperados, ao perceberem os moradores de rua e toda escuridão ao seu redor na noite paulistana. 

Apesar de ter om tom dramático por relatar a violência urbana, e a luta de classes, o diretor trata os temas no filme com muita ironia, como mostra no trailer apresentado. O elenco do filme é formado por atores já conhecidos pelo público, Otávio Augusto, Cris Couto, Andréa Tedesco, Flavia Garrafa, Suzana Alves e Roney Facchini estão no elenco da produção.

O filme

Existe um bom número de filmes falando da violência urbana no Brasil. No cinema atual é quase um tema de excelência. Pouco se fala, entretanto, de um segundo tipo de violência, sem dúvida decorrente do primeiro, mas muito mais nefasto: a violência, por assim dizer, imaginária.

Se é inegável que a violência existe nas grandes cidades brasileiras de forma grave e séria, é também verdade que existe um medo difuso, um pânico geral e desmesurado que obriga as pessoas a se fecharem cada vez mais em si mesmas, a buscarem refúgio constante, a não saírem de casa e quando o fazem organizarem-se em grupos, com tudo planejado para retornar o mais rápido possível. Esse tipo de medo, muitas vezes ocorre sem nenhum fundamento, sem nenhuma justificativa nas situações reais. È apenas medo, que faz com se veja ameaças e perigos onde na realidade não existem.

A chamada classe média é a mais atingida por esse fenômeno, certamente alimentada pelos apavorantes relatos diários dos noticiários da televisão. O resultado disso é que S.Paulo, por exemplo, é uma cidade habitada por pessoas á beira do pânico. As grades nos portões são imensas, ainda que o aspecto das casas atrás deles não justifiquem tanto aparato. A maioria dos carros que circulam pelos bairros de classe média ostentam vidros escuros e indevassáveis, pouca gente sai á rua depois de determinada hora, ou mesmo a qualquer hora. Ninguém fala com estranhos. As guaritas de vigilância nos prédios aumentam, um simples entregador de pizza é motivo de alarme geral, há senhas e avisos por toda parte.

O filme não nega a existência da violência, pelo contrario. Mas trata, de maneira sarcástica e em tom de comédia, de colocar luz no seu efeito mais terrível, que é a transformação de todos em marionetes, bonecos, falando e pensando as mesmas coisas, sem vida e sem iniciativa própria, transidos de pavor diante do desconhecido e de qualquer coisa que pareça diferente ou fora dos padrões impostos pelo medo.

O longa chega aos cinemas brasileiros no próximo dia 26 de maio. Assista o trailer.

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Com informações do Cinéfilos Anônimos e SP Filmes.

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