Em uma leitura que coloca o conflito como virtude ao demonstrar a diversidade e pluralidade em tentativa de convivência na cidade, Wisnik aponta a disputa de espaços públicos como sintoma da relevância desse debate na esfera do planejamento. Para ele, deve-se pensar a dimensão desse tipo de espaço enquanto “teatro da mediação das diferenças”.
Frente a um cenário em que se evidenciaram discursos extremos e às dificuldades em encontrar pontos de debate possíveis, a ideia de mediar diferenças torna-se inexorável à reafirmação da democracia enquanto sistema que garante a pluralidade e representatividade no âmbito político e civil. Dessa forma, transcender o limite político do sentido desse sistema, significa estender seus valores às práticas cotidianas e à forma de pensar e propor a cidade, os discursos, as posturas e a vida em sociedade.
No âmbito da prática arquitetônica e do planejamento urbano, muitos foram os momentos em que as pautas democráticas foram materializadas em projetos que, entendendo sua responsabilidade ética, celebram a convivência com a alteridade. A seguir, uma seleção de edifícios e espaços que representam um esforço em cultivar tolerância, igualdade e liberdade.
Sesc 24 de Maio: MMBB + Paulo Mendes da Rocha.
Sesc Pompéia: Lina Bo Bardi.
Cozinha Comunitária das Terras da Costa: ateliermob + Colectivo Warehouse.
FAU USP: Vilanova Artigas + Carlos Cascaldi.
CCSP: Eurico Prado Lopes + Luiz Telles.
MAM Rio de Janeiro: Affonso Eduardo Reidy.
Remodelação da Praça do Patriarca: Paulo Mendes da Rocha.
Solar do Unhão: Lina Bo Bardi.
Praça das Artes: Brasil Arquitetura.
Minhocão aberto.
Avenida Paulista aberta.
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Por Julia Brant no Arch Daily.