7ª Mostra Ecofalante exibe 121 filmes de 31 países e faz homenagem a Chico Mendes

Estas são algumas atrações da sétima edição da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, considerado como o mais importante evento audiovisual sul-americano dedicado a temas socioambientais e que acontece de 31/05 a 13/06. No total, são exibidos 121 filmes, representando 31 diferentes países. A iniciativa celebra a Semana Nacional do Meio Ambiente e o Dia Mundial do Meio Ambiente (que se comemora no dia 5 de junho). As exibições são todas gratuitas.

A programação inclui ainda uma competição de produções socioambientais de escolas e cursos audiovisuais, sessões infantis, o Programa Ecofalante Universidades e a Mostra Escola, ambos voltados à exibição e à discussão em espaços educacionais, o Seminário de Cinema e Educação e dois workshops: “A Prática do Cinema Documental”, com Jorge Bodanzky, e “O Audiovisual na Sala de Aula: A Arte a Favor do Meio Ambiente”.

O evento ocupa 82 salas de cinema e espaços culturais e educacionais de São Paulo, como Reserva Cultural, Centro Cultural Banco do Brasil, Espaço Itaú Augusta e o Circuito Spcine, entre outros. 

A retrospectiva dedicada a Werner Herzog traz algumas de suas mais impactantes obras, onde o conflito entre a natureza e o homem estão fortemente evidenciados. Marcam presença desde seus primeiros títulos, como “Hércules” (de 1962) e “Fata Morgana” (de 1971), até os mais recentes, “O Homem-Urso”, “Encontros no Fim do Mundo” e “A Caverna dos Sonhos Esquecidos”. Estão programados os longas-metragens realizados na Amazônia e interpretados pelo ator Klaus Kinsky: “Aguirre, a Cólera dos Deuses” e “Fitzcarraldo”, este vencedor do prêmio de melhor direção em Cannes. Participam do debate em torno da obra de Herzog, a ser realizado no dia 9 de junho, no Espaço Itaú de Cinema, o teórico,  – especialista nos documentários de Werner Herzog –  doutor pela Unicamp Gabriel Tonelo e a montadora Cristina Amaral. 

O tributo a Chico Mendes exibe “Chico Mendes, Eu Quero Viver”, de Adrian Cowell, e “Crianças da Amazônia”, de Denise Zmekhol. Está agendado ainda um debate sobre o legado deste ativista pela proteção da floresta com presença de sua filha, Elenira Mendes e da atual vice-presidente do Conselho Nacional dos Seringueiros Edel Nazaré de Moraes Tenório.

“Safári“ trata da indústria de safáris na África e foi lançado no Festival de Veneza. Foto: Divulgação.

As produções apresentadas na Mostra Internacional Contemporânea estão organizadas em seis temas: ‘campo’, ‘cidades’, ‘consumo’, ‘povos & lugares’, ‘preservação’ e ‘trabalho’.  Merece destaque “Safári”, sobre a indústria de safáris na África, lançado no Festival de Veneza, exibido nos festivais de Roterdã, Toronto e Londres, e atração da sessão de abertura da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental. Já “Os Hedonistas”, de autoria do mais importante realizador chinês da atualidade, Jia Zhangke, fala de trabalhadores de um parque de diversões e foi selecionado para o prestigioso Festival de Locarno. “Alforria Animal” tem como codiretor D. A. Pennebaker, um dos nomes centrais do movimento ‘cinema direto’. Já “Troféu”, sobre a indústria da caça, destacou-se nos festivais de Sundance e SXSW. Dirigido pelo cineasta cult britânico Julien Temple, “Habaneros” traz a história da cidade de Havana ao som de diversos ritmos musicais. Premiado em Veneza, “Sangue Sami” retrata o racismo na Suécia nos anos 1930.

Na Mostra Internacional Contemporânea estão ainda os curtas-metragens “Às Margens”, sobre moradores despejados na capital da Coréia do Sul e exibida no Festival de Locarno, “Oh, Irmão Polvo!”, selecionado para o Festival de Berlim, e “Restos do Naufrágio”, projetado no Festival de Roterdã. Destaques no circuito internacional de festivais, estão incluídos ainda os longas-metragens “O Futuro do Trabalho e da Morte” (Reino Unido), exibido em Roterdã, e “Dinheiro Amargo”, dirigido pelo importante documentarista chinês Wang Bing e duplamente premiado em Veneza.

“Munduruku: A Luta para Defender o Coração da Amazônia“ é uma atividade em realidade virtual, que leva os cinéfilos para uma aldeia indígena na Amazônia. Foto: Divulgação.

Programa especial da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental, o trabalho em realidade virtual “Munduruku: A Luta para Defender o Coração da Amazônia” permite a incursão dentro de uma aldeia indígena na Amazônia, com direito a estímulos táteis, auditivos e olfativos.

Na Competição Latino-Americana 28 trabalhos da região concorrem a premiações de R$ 15 mil e R$ 5 mil. Estão incluídos os brasileiros “Dedo na Ferida”, de Silvio Tendler, sobre o fim do estado de bem-estar social; “Baronesa”, de Juliana Antunes, premiado nos festivais de Havana, Marselha, Valdívia, Mar del Plata, Mostra de Tiradentes e Mostra Internacional em São Paulo; e “Sertão Velho Cerrado”, de André D’Elia, exibido em première mundial. Participam também trabalhos da Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Honduras, México e Peru.

Também competitivo, o Concurso Curta Ecofalante apresenta nove produções curriculares de instituições de ensino de Brasília, Mato Grosso,  Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Elas concorrem a um prêmio do júri e a um prêmio do público.

Já a nova Sessão Infantil exibe animações, ficções e documentário produzidas no Brasil, Chile, EUA, França e México.

Também será exibido, durante a mostra, o documentário “Crianças da Amazônia“ de Denise Zmekhol. Foto: Divulgação.

O Programa Ecofalante Universidades e a Mostra Escola promovem projeções e discussões em instituições educacionais. No total, 14 filmes produzidos na Alemanha, Áustria, Brasil, Canadá, China, EUA, Espanha, França e Reino Unido. 

Completam a programação uma série de debates, o Seminário de Cinema e Educação, uma parceria do SESC-SP e da Ecofalante, os workshops “A Prática do Cinema Documental”, ministrado pelo renomado cineasta Jorge Bodanzky, e “O Audiovisual na Sala de Aula: A Arte a Favor do Meio Ambiente”, de responsabilidade de Edson Grandisoli, diretor educacional da Reconectta, biólogo, ecólogo e doutorando em Educação para a Sustentabilidade pelo Procam-USP. 

Os debates giram em torno de filmes e temas do Panorama Internacional Contemporâneo e são os seguintes: “Burros Mortos Não Temem Hienas” (tema campo), “Cidadã Jane: A Luta pela Cidade” (tema cidades) “N-Água” (tema povos & lugares), “O Futuro do Trabalho e da Morte” (tema trabalho), “Triste Oceano” (tema preservação) e “Uma História de Desperdício” (tema consumo).

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Com informações Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental.

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