Muito criticado como solução de mobilidade urbana e projeto arquitetônico, o espigão que liga o centro à zona oeste da cidade vive congestionado na maior parte do dia de segunda à sexta.
Os edifícios laterais passam a sensação de estarem colados às grades de proteção das pistas, e os primeiros andares ficam completamente expostos e sem privacidade. Por isso, algumas janelas permanecem fechadas todo o tempo, sem contar a poluição do ar, intensa, em função do volume de veículos expelindo CO2.
A existência de um movimento organizado para transformar essa obra do Maluf em um parque suspenso dá alento e esperança o que, talvez, possibilitará a melhora sensível das condições ambientais da região.
Enquanto isso não avança, sobra aproveitar os domingões como der na telha: andar, correr, bicicletar; passear com cães, desfilar de patins, jogar bola com as crianças, saborear as delícias culinárias vendidas informalmente e, o mais importante, ver e cruzar com pessoas de carne e osso e ao vivo.
Sem pressa e com olhar de observador é comum perceber que a vida pulsa nos apartamentos dos prédios “invadidos” pelas pistas de rodagem.
Já se constata lá uma nova fase da expansão imobiliária. Lançamentos e projetos ousados atraem futuros moradores, os quais buscam as facilidades daquele perímetro, sem o risco de terem as suas individualidades vistas nos primeiros pavimentos, e também apostam numa completa revitalização da área nos próximos anos.
Que vença o Parque Minhocão, com mais verde, humanidade; opções de lazer, entretenimento e cultura para a nossa gente boa da cidade de São Paulo. Por aqui, fico. Até a próxima.
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Leno F. Silva é diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. Escreve às terças-feiras no São Paulo São.