A função do ‘placemaking’ na nova agenda urbana

É o que sustenta Ethan Kent, sociólogo e vice-presidente do Project for Public Spaces (PPS), que diz que para que estas visões não sejam tão distantes, é necessário trabalhar com um enfoque compartilhado entre as diversas áreas para enfrentar os desafios comuns presentes nos espaços urbanos. Esta nova maneira de abordar os problemas, segundo Kent, caminha em direção a um objetivo maior que considera como o lugar e o placemaking podem redefinir as relações de trabalho para dar forma ao nosso mundo.

Nos últimos anos, afirma Kent, desenvolveu-se uma nova estratégia para construir lugares em que a voz do especialista não é a única envolvida, mas trabalha em conjunto com três fatores que estão criando uma nova história baseada na construção comum. 

Estes fatores são: o que as pessoas fazem na cidade; como a experiência compartilhada fomenta a colaboração; e como a participação cidadã se torna um elemento importante e benéfico.

Deste modo, a história faz mais visível a criatividade – que se desenvolve durante os processo participativos – e a evolução cultural que desemboca no placemaking, um conceito que consiste em uma forma de trabalho em que participam habitantes e autoridades, compartilhando aspirações, desejos e necessidades que melhorariam o espaço público.

Esta visão de trabalho já foi implementada em diversas disciplinas que compartilham certas causas e suas medidas jé se fazem notar nas cidades, seja através do desenho urbano, de estratégias de sustentabilidade, do compromisso com as comunidades, do fortalecimento da economia local, da preservação de conjuntos históricos, da melhoria na mobilidade, entre outros. 

Ethan Kent. Photo: PPS.

Tendo isto como base, Kent afirma que o placemaking permitiu conectar múltiplas causas e aprofundar seus impactos, o que torna possível falar desta abordagem como uma nova agenda urbana. 

Isto significa que para que os lugares, entendidos como bens públicos e espaços que resguardam os valores das comunidades, possam prosperar, devem ser gestionados com um enfoque organizacional compartilhado que também deve estar presente na cultura governamental e em seus processos. 

Assim, Kent afirma que podem surgir modelos de gestão mais dinâmicos e eficientes em que os especialistas não são os únicos que têm o poder de executar soluções, mas podem liderar processos de mudança que atuam como fontes econômicas e de inspiração.

Por este motivo, a visão para o futuro das cidades, segundo Kent, consiste em lugares prósperos e resilientes não devido à infraestrutura e serviços, mas pela capacidade das comunidades de orientar seus valores obtidos através de um enfoque compartilhado. 

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Por Constanza Martínez Gaete no ArchDaily Brasil.

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