A programação completa do 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco de SFX que começa na próxima sexta-feira


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Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier, que será realizado entre os próximos dias 17 e 19, cujas atividades são gratuitas, substitui o Festival da Mantiqueira – Diálogos com a Literatura, que estaria em sua nona edição, mas foi retirado pela Secretaria Estadual de Cultura do Estado de São Paulo neste ano do seu calendário de eventos. A comunidade do distrito de São Francisco Xavier apropriou-se da iniciativa e conta com o trabalho voluntário de moradores e simpatizantes de São Francisco Xavier, assim como de comerciantes, restaurantes e pousadas locais. É apoiado também pela prefeitura de São José dos Campos, Fundação Cultural Cassiano Ricardo e várias entidades. 

Sexta-feira (17)

Abertura

A abertura será conduzida por Marli Portela, da FCCR (Fundação Cultural Cassiano Ricardo), de São José dos Campos, na sexta-feira (17), às 19h30, na tenda principal, na Praça de São Francisco Xavier. Em seguida, haverá show musical com a Orquestra Possível, formada exclusivamente por músicos de São Francisco Xavier. Trabalho comunitário, sob a regência de Daniel Gonçalves.

Sábado (18)

Voz ao silêncio

No sábado (18), na tenda principal, às 10h, terão início as Mesas Literárias. Da primeira rodada de debates, sob o tema “O ofício de dar voz ao silêncio”, participam o ficcionista, poeta e historiador Victor Leonardi, que escreveu e publicou 20 livros, entre contos, poesia e ensaios. Também é autor de uma peça de teatro e roteiros para cinema. Ele vai dividir a mesa com a jornalista e escritora Daniela Arbex, que é reconhecida por seu trabalho como repórter investigativa. É autora do best-seller “Holocausto brasileiro”, eleito Melhor Livro-Reportagem do Ano pela Associação Paulista de Críticos de Arte (2013) e segundo melhor Livro-Reportagem no prêmio Jabuti de 2014. Com mais de 150 mil exemplares vendidos no Brasil e em Portugal, a obra deve ganhar as telas da TV este ano, no documentário produzido com exclusividade para a HBO, com exibição prevista em mais de 20 países. 

Ao lado de Victor Leonardi, ela deve abordar como o trabalho do escritor abre janelas para as dores da humanidade. Leonardi tem uma vasta pesquisa sobre o holocausto armênio. O escritor e psicólogo junguiano Gustavo Barcellos também participará da mesa. Formado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, Barcellos foi para os Estados Unidos, onde obteve o grau de Mestre em Psicologia Clínica pela New School for Research, de Nova York. Lá estudou na C. G. Jung Foundation. É analista didata da Associação Junguiana do Brasil e membro da Associação Internacional de Psicologia Analítica. Ele é autor de diversos livros, entre eles, “Jung”, Editora Ática (1991); “Vôos e raízes: ensaios sobre imaginação, arte e psicologia arquetípica”, Editora Ágora (2006); “O irmão: psicologia do arquétipo fraterno”, Editora Vozes (2009); e “Psique & Imagem”, Editora Vozes (2012). Também tem diversos artigos publicados em revistas e coletâneas nacionais e internacionais. 

Liberdade de expressão

No mesmo sábado (18), a partir das 14h até as 16h, é a vez da mesa “Literatura e liberdade de expressão”, que terá a participação do jornalista e escritor Audálio Dantas, que é autor de 12livros, entre os quais “As duas guerras de Vlado Herzog” (Grupo Record/Civilização Brasileira, 2012), que recebeu em 2013 o prêmio Jabuti, na Categoria Livro-Reportagem e o Livro do Ano de Não-Ficção (Câmara Brasileira do Livro) e Juca Pato – Intelectual do Ano de 2013 (União Brasileira de Escritores). Em 2014 recebeu, pelo mesmo livro, o Prêmio Brasília de Literatura. Ainda em 2012, também lançou “Tempo de reportagem” (Leya). Entre outros, publicou “O circo do desespero” (Símbolo), “O menino Lula” (Ediouro) e “O Chão de Graciliano” (Tempo d’Imagem), que ganhou o Prêmio APCA 2007. Em 2014 lançou “Céu de Luiz”, sobre a permanência de Luiz Gonzaga na memória do povo do sertão nordestino.

Audálio Dantas vai dividir a mesa com o também jornalista Gabriel Priolli Netto, que trabalhou por muitos anos na “TV Cultura de São Paulo”. Atuou ainda nos principais órgãos de imprensa do país, como “Folha de S. Paulo”, “O Estado de S. Paulo”, “Jornal da Tarde”, “Carta Capital”, “Época” e “Veja”. Também foi editor do “Jornal Nacional” e editor-chefe do telejornal “São Paulo Já”, da Rede Globo. Trabalhou ainda nas redes de TV “Bandeirantes”, “Record” e “Gazeta”. Atualmente, é consultor de comunicação, editor dos blogs “A Priolli” e “Marqueteiros”, além de assessor da TV Escola (MEC-ACERP). Também é colunista da revista “Imprensa” e presidente de honra da ABTU (Associação Brasileira de Televisão Universitária), entidade que fundou e dirigiu entre 2000 e 2007. Entre outros livros e artigos, publicou “O Campeão de Audiência”, biografia de Walter Clark, e coordenou “A Deusa Ferida”, estudo sobre a queda de audiência da “Rede Globo”. 

Nessa mesma mesa “Literatura e liberdade de expressão” também estará o jornalista e escritor Leão Serva, que assina, hoje, coluna quinzenal no caderno “Cotidiano” da “Folha de S.Paulo”, publicada às segundas-feiras. Ele foi secretário de redação da “Folha” e dirigiu outros jornais como “Diário de S.Paulo”, “Jornal da Tarde” e “Lance”, e a revista “Placar”. Na Prefeitura de São Paulo, trabalhou na implementação da “Lei Cidade Limpa”, que baniu a publicidade externa e reduziu placas indicativas do comércio na cidade. É autor de “Como Viver em São Paulo Sem Carro”, guia anual (Santa Clara Ideias, 2012, 13 e 14); “A Desintegração dos Jornais” (Reflexão, 2015); “Um Tipógrafo na Colônia” (Publifolha, 2014); “#MalditosFios” (Santa Clara Ideias, 2014); “Cidade Limpa – O projeto que mudou a cara de SP” (2008); “Jornalismo e Desinformação” (Senac, 2001); e “A Batalha de Sarajevo” (Scritta, 1994).

Poesia e prosa

Ainda no dia 18, das 16h30 às 18h30, “Poesia e Prosa em Foco” será o tema da mesa da qual estarão presentes Estevão Azevedo, Rita Elisa Seda e Viviana Bosi. O escritor Estevão Azevedo é autor do “Tempo de espalhar pedras” (Cosac Naify), que ganhou o Prêmio São Paulo de Literatura 2015. 

Rita Elisa Seda é escritora, jornalista, fotógrafa e arqueóloga. Embaixadora da Paz Ordem da Coroa dos Arameus e dos Auranitas; Comendadora Medalha Leão de Judá; Prêmio Carlos Drummond de Andrade; Medalha Cassiano Ricardo. Também é membro da Academia Valeparaibana de Letras e Artes; Academia Joseense de Letras; União Brasileira de Escritores; Confederação Brasileira de Letras e Artes; Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico do Grande ABC. É autora de “Ciber@migos”; “Troféu”; “Retalhos de Outono”; “Desertos”; “Nhá Chica Mãe dos Pobres” (atualmente está em desenvolvimento filme homônimo); “A Menina dos Vagalumes”; “Pelos ditos e não ditos do Sapucaí”; “Margem Grande”; “Corixo Saudade”; “Pipa Guerreira”; “Fábulas para Seishum”; “Cora Coralina Raízes de Aninha”, que inspirou o filme Cora Coralina todas as Vidas – 2015. Cora Coralina será o principal foco de Rita Elisa no 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier.

Viviana Bosi é formada em Letras – Português Inglês – pela Universidade de São Paulo (1984), mestrado em Educação pela Universidade de São Paulo (1991) e doutorado em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada) pela Universidade de São Paulo (1997). Fez pesquisa de pós-doutorado na Casa de Rui Barbosa, no Rio de Janeiro (2007) e na Universidade Nova de Lisboa (2014). Atualmente é professora do Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada na Universidade de São Paulo. Defendeu sua livre-docência apresentando a tese “Poesia em risco: itinerários a partir dos anos 60” (2011). No 1º Encontro na Mantiqueira, Viviana irá falar sobre a obra da poeta carioca Ana Cristina César (1952-83), que será homenageada na edição da “Flip 2016”, que  acontecerá entre 29 de junho e 3 de julho, em Paraty (RJ). Expoente da geração da poesia marginal, Ana Cristina criou uma escrita atravessada por elementos do cotidiano e aspectos de sua intimidade. Além da poesia, dedicou-se à crítica e à tradução literária, tendo traduzido Emily Dickinson, Sylvia Plath e Katherine Mansfield. 

Comissão da Verdade

A partir das 19h, também na tenda principal, será realizado o lançamento do livro “Comissão da Verdade”, do escritor e sociólogo Moacyr Pinto. Ele elaborou o relatório final Comissão da Verdade e é redator do livro sobre o tema a ser publicado este ano pela FCCR. O livro registra as lições tiradas da experiência de São José dos Campos com a ditadura de 1964/1985, transmitidas pelos 91 depoentes à Comissão da Verdade “Michal Gartenkraut” constituída pela Câmara Municipal, entre os meses de outubro de 2013 e outubro de 2014. Está confirmada a presença de Antonio Acioli de Olivio nessa mesa como mediador.

Leitura e escrita

Paralelamente aos debates na tenda principal, o 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier terá também programa para professores da rede pública e privada, das 9h às 11h, no Salão Paroquial, sob o tema “Oralidade, leitura e escrita: cultura popular na sala de aula e em casa”. A palestra-oficina será comandada pelo professor livre-docente Claudemir Belintane, da Universidade de São Paulo, Faculdade de Educação. Ele é autor de dezenas de artigos sobre leitura, alfabetização, literatura, oralidade e cultura popular, além do polêmico livro “Oralidade e alfabetização: uma nova abordagem da alfabetização e do letramento” (Editora Cortez). Na graduação, ele ministra aulas sobre Metodologia de Ensino de Alfabetização, de Leitura e de Escrita; na pós-graduação, orienta os seus alunos a partir do tema “Inconsciente e linguagem”.

Claudemir Belintane promete uma reflexão sobre os potenciais da cultura oral na sala de aula, sobretudo quando relacionados aos da leitura-escrita. A ideia é traçar um esboço das tensões, aproximações e reaproximações entre as modalidades de expressão, para depois explorar estratégias pedagógicas que favoreçam contribuições recíprocas entre a cultura oral do aluno e as demandas de leitura-escrita propostas pela escola. Desde a entrada da criança na língua (período de aquisição) foi testemunhado uma rede de letramento que se sustenta a partir dessas matrizes orais basilares. Distinguir essa diversidade textual, reconhecer sua função, suas possibilidades de uso e traçar estratégias de expansão recíprocas entre o oral e o escrito são três objetivos sobre os quais se pretende deter. Isso será feito abordando um pouco de teoria e, ao mesmo tempo, apresentando estratégias de forma mais prática e direta.

Cinema

O 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier tem programação recheada. Enquanto os debates ocorrerão, outras atividades serão realizadas pela cidade. No espaço Villa Sonora, por exemplo, haverá sessões de cinema, entre as 10h e 23h, também no sábado (18) com a exibição de “Letras na tela: Super Libris – Curtas do Canal Sesc TV”. A programação é de Piu Dip.

Encadernação

Oficina de encadernação para adultos é outra atividade paralela aos encontros entre escritores e palestrantes. A oficina ocorrerá das 14h30 às 18h, no Salão Paroquial, com Cecília Loeb. Para as crianças também haverá a mesma oficina, das 9h às 11h30, na Biblioteca Solidária.

Teatro e culinária para crianças

Ainda para as crianças, no sábado, das 11h30 às 12h30, a atividade é “Leitura de livro infantil: as aventuras do urso de óculos”, comandado por Ellê Carvalho. Escritor: Rodolfo D’Urso.

Depois, também na Biblioteca Solidária, das 14h às 18h, será realizada “Culinária Infantil”, com Mariângela Schoenacker. Ainda no mesmo horário, acontecerá a FANFIC, atividade para os jovens adolescentes, com Cauana Moraes.

Cordas, sarau e serenata 

Já no coreto da Praça de São Francisco Xavier haverá show musical, das 12h30 às 12h45, “Cordas e Ponteios”, com Wager e Fred Vilela. À noite, entre 20h30 e 22h30, será a vez do “Sarau Poético – Di Versos – Literatura Plural”. Depois da participação livre dos poetas, o Trem da Viração irá percorrer as ruas de São Francisco Xavier com a sua “Serenata”, das 22h30 à 0h.

Domingo (19)

Debates e circulares

Já no domingo (19), o 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier começa com “Debates Circulares”. Das 10h30 às 11h30, “Como despertar o pequeno leitor”, com mediação de Itamara Moura.  Das 11h45 às 12h45, “Contos, crônicas e romances”, onde Wilson R. será o mediador; e das 13h às 14h, “Caminhos poéticos e contemporaneidade”, com mediação do Poeta Moraes.

Emílias e contação de histórias 

O domingo terá também atividades para a garotada. Das 10h às 10h40, por exemplo, a criançada terá “Teatro infantil na praça”. Serão apresentadas as “Bonecas de pano e bonecas de pau, Emílias de Monteiro Lobato”, com a professora Cristina Monteiro.

A “Contação de história infantil: um reino sem dengue”, com produção da Villa 7 e participação do contador Rodrigo Siqueira, será entre 10h e 11h. Na sequência, entre 11h e 12h, será a vez de “Malas Portam Histórias”, com a Cia. Malas Portam. Também haverá o “Sarau infantil Cecília Meirelles”, com os alunos da professora Sheila Vilela.

Sábado e domingo (18 e 19)

Escritores

 O 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier, além das palestras, debates, entre outras atividades, também abre espaço para escritores que desejam participar do evento. Entre os mais de 30 autores inscritos está Elisa Band. Ela é performer, atriz, encenadora, pesquisadora e professora do curso de performance no MAM (Museu de Arte Moderna de São Paulo) e SP Escola de Teatro. Elisa Band  estará presente ao 1º Encontro na Mantiqueira com o seu  livro de contos “Perecíveis”, com narrativas de um cotidiano que mostra o fantástico, o inusitado, o inesperado. Quando o leitor começa a se sentir em uma zona de conforto é sacudido por um tranco no vagão da lógica, das expectativas. De imediato perde o fio condutor que supunha estar seguindo para, aos poucos, entrar no universo cujos fatos se desencontram, colapsam e levam o passageiro a estações inesperadas. O trem conduzido por ela com mãos firmes e seguras não tem ponto de chegada. Convida o leitor a recriar um mundo, utilizando as lentes mágicas que a autora usou para escrever “Perecíveis”.

Outro autor que se aventura pelo mundo da literatura é o jornalista Vinícius Novaes, com o seu primeiro livro “Eu te amo, mas estou bêbado” (Editora Multifoco). A obra é uma coletânea de 19 crônicas sobre o amor, que, em alguns textos, ganha vida e conversa com o autor. O sentimento, às vezes revoltado, questiona o mundo que, segundo ele, ama pouco. Então, o amor se revolta, chora, bebe para afogar as mágoas, mas também sorri quando dois corações se encontram. 

Já Osvaldo Rodrigues é figura conhecida em São Francisco Xavier. Paranaense, paulistano por opção e com segunda residência no distrito, está sempre presente em movimentos culturais, saraus poéticos e carnavais. Esconde em sua figura leve e despojada um escritor de quase 20 livros. A maior parte de poesias. Visões sensíveis da vida, do amor e dos relacionamentos. Com estilo livre, Osvaldo Rodrigues não se prende a escolas ou a temáticas: seu olhar está sempre buscando a poesia em campos inusitados. No 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier, ele estará presente com dois livros de poemas e o seu primeiro romance: “Exercícios Ilusórios”. 

O “Distopia”, de Kate Williams, é uma ótima oportunidade para se desmistificar a imagem tradicional que se tem do escritor ou escritora. Kate Williams escreveu seu primeiro livro aos 15 anos e publicou o segundo aos 17. Agora, recém-chegada no segundo decênio da vida, lança um volume de fôlego, uma ficção sobre um mundo próximo futuro, cujo sistema repressor de governo começa a ser minado por mentes e corações rebeldes. Linguagem ágil, história em quadrinhos sem desenhos, tramas e personagens saídas de videogames, mas com emoções e sentimentos bem desenhados.

Clóvis Wey também estará no 1º Encontro na Mantiqueira para apresentar “Névoa”. Na Tenda dos Autores ele irá demonstrar aos leitores que um físico, mestre em partículas elementares, pode fazer literatura da melhor qualidade, contrariando os que pensam que literatura é privilégio de seres ungidos por algum deus especial e que devem passar para a eternidade debruçados sobre os labirintos da alma. Clovis Wey, por meio de seu “Névoa” (menção honrosa no Prêmio Graciliano Ramos, da UBE – Academia Brasileira de Letras) mostra-se também um mestre nas partículas elementares da língua: as palavras.

Como toda programação do 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier, o lançamento de livros também recebeu o apoio solidário da comunidade e a recém-inaugurada Livraria Xica Cultural colocou seu espaço à disposição para mais essa atividade.

Os escritores farão sessões de lançamento e autógrafos, na Tenda dos Autores, que irá funcionar no sábado (18), das 10h às 22h, e no domingo, das 10h às 16h. A democratização das letras também passará pela Tenda do Sebo, composta por doações de apoiadores e simpatizantes, e gerenciada por voluntários. Os livros serão vendidos a preços acessíveis, com renda revertida para as despesas do evento. Os leitores também podem trocar obras. Irá funcionar no sábado, das 10h às 22h, e no domingo, das 10h às 16h, também na praça.

“Litheratrupe” 

O 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier também terá performances literárias. São atividades contemporâneas e inusitadas. A organização do evento abrirá espaço para o grupo joseense “Litheratrupe”, por exemplo, que respira e transpira livros, que transforma objetos em livros.

“Litheratrupe” nasceu através da oficina “O Poder das Palavras”, ministrada pela escritora Rita Elisa Seda. Hoje é composto por Adriana Ribeiro, Carla Pastori, Lidia Martins Ribeiro, Karina Muller Rufino, Lis Yeda Graminho, Suelen Crístoli, Hamilton Toledo, Ana Lícia Reis, Mariane Helena, Mara Débora, Elizabete de Fátima e Andrey Bugarin. Há dois anos essa turma desenvolve livros-objetos e livros artesanais feitos somente com material reciclado, fomentando o reaproveitamento de várias embalagens que são descartadas no lixo diariamente. A ideia é colocar em prática a “literatura sustentável”, uma tendência em voga na Europa. 

O grupo também elabora livros mimeografados e escritos em máquinas de escrever, o que remete à obra de uma das escritoras que será abordada 1º Encontro na Mantiqueira: Ana Cristina César, que pertenceu à chamada “geração mimeógrafo”. O “Litheratrupe” desenvolve um trabalho de literatura que, embora contemporâneo, foge do digital. O grupo apresentará no evento exemplos desse movimento e pretende incentivar quem quer produzir, de maneira diferente e inusitada, seus próprios livros. 

O maior livro-objeto produzido pelo “Litheratrupe” foi uma banheira de ferro onde estão gravados sonetos de Vinícius de Moraes. Ela estará em exposição no 1º Encontro na Mantiqueira. O grupo criou também um livro minúsculo que exige lente de aumento para ser lido. Há ainda um livro-borboleta e muitos outros livros-objetos. Quem tiver a intenção de participar pode trazer embalagens usadas, papeis velhos e fotografias antigas para fazer livros-objetos. Segundo Rita Elisa Seda, o resgate do livro mimeografado e datilografado será o ponto central do “Litheratrupe”.

O grupo estará em São Francisco Xavier no sábado (18) e domingo (19), e garante interação total. Além de conhecer os livros-objetos, feitos artesanalmente, o visitante pode mimeografar um cartão, datilografar uma carta, escrever com caneta de pena e tinteiro, declamar poemas dentro da banheira Vinícius de Moraes e até fazer uma selfie com Fernando Pessoa.

Máquina cria literatura?

O 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier também irá receber a “Machina de Fazer Poesia”, de Fernando Lopes, poeta e analista de sistemas, que vai mostrar o computador como um “escritor” de poesias.

Lopes também é joseense, formado pela ETEP em 1969, com passagem posterior pela Université René Descartes (1975-1977), onde não concluiu o curso de psicologia. Iniciou-se na programação de computadores em 1970 e até hoje trabalha e estuda a integração informática com a poesia. Participou da Antologia Poesia em São José dos Campos em 1984. Em 1986 lançou seu primeiro livro “A Torre de Papel”. Apresentou, em 1987, na Bienal do Livro do Rio de Janeiro a primeira versão do poema “Olhares”, escrito por computador. Desde então vem se dedicando à conclusão da obra atual: “A machina de fazer poesia”. “Eu já trabalhava com a máquina (o computador) e tinha o hábito de escrever. Um dia, ao perceber que eu tinha uma variação de um tema, deu o estalo de fazer um programa capaz de escrever essas variações”, explica Lopes.

Ele participou do Festival da Mantiqueira ano passado, em uma sala sobre tendências da poesia, com mediação de Alcemir Palma. Na palestra, ele realizou uma vivência em que a plateia lia e declamava os textos gerados pelo software, a partir da lógica e arranjos do universo de palavras de um determinado tema e título que resultaram em versos e estrofes distintas. A inovação provocou debate intenso sobre a arte gerada por meio da máquina. 

“A machina de fazer poesia” estará no 1º Encontro na Mantiqueira, no sábado (18), das 18h às 22h. E o seu criador, Fernando Lopes, estará na cidade para promover a interação entre a sua “Machina” e os visitantes.

Ele é autor de “Uma máquina pode criar arte?”, que foi criado pelo software desenvolvido por ele. A obra possui 48 poemas, sendo que cada exemplar é único e exclusivo, o número de combinações possíveis para cada poema é enorme e na primeira tiragem foram produzidos apenas 100 exemplares.

Encerramento

No domingo (19), das 14h45 às 16h, no coreto da praça, acontecerá o show de encerramento do 1º Encontro na Mantiqueira – Literatura em Foco – São Francisco Xavier, com as “Violas caipiras: cortas na Mantiqueira”.

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Assessoria de imprensa – Neusa Spaulucci (11) 9 9641 5148

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