O conceito, pouco utilizado em intervenções públicas aqui no Brasil, é o da arte cinética, do movimento. Trata-se de uma manifestação artística que propõe a sensação de movimento, arte que se transforma com estímulos dados por quem a observa.

A intervenção

A intervenção foi feita no gradil, a partir da pintura das lâminas que o compõem com tinta esmalte de alta durabilidade. A composição e a disposição das cores da obra permite uma experiência visual que destaca as características da cidade de São Paulo: movimento, dinamismo e sensações. A intervenção é percebida tanto por quem caminha pela avenida quanto por quem se desloca de carro, ônibus ou bicicleta, criando uma miríade de formas e cores “em movimento”, podendo alterar a nossa percepção visual do entorno e provocar no observador sensações óticas e físicas. 

A artista

A artista paulistana Estela Sokol, que vive e trabalha em São Paulo, é uma pesquisadora da forma, da cor e da matéria. Pinta sem pintar. A cor é matéria ao fazer um redesenho das  matérias com as cores que se tornam formas escultóricas.

“A artista foi convidada para um desafio. Dar leveza para as grades que contornam a agência do Santander na Faria Lima, transformando-as em uma grande tela e cobrindo-as com cores, a partir da paleta de sua obra. Foi proposto que pensasse a pintura inspirando-se na Arte  Cinética que provoca sinergias. Provoca o  público tirando-o do lugar comum. E transforma a São Paulo frenética no vai e vem da Avenida Faria”, diz o curador Ricardo Resende.

“A minha ideia e do Ricardo foi tirar proveito de elementos existentes no prédio – sobretudo o gradil e a situação dele na avenida – e ativá-los de uma outra maneira. Ou seja, tentar descaracterizar a funcionalidade do gradil e transformá-lo, por meio das cores, em suporte para um trabalho pictórico, de caráter cinético. Acredito que isso também tende a mudar a relação dos pedestres com a rua.

A proximidade com a arte cinética (que tira partido do movimento do observador para produzir a impressão de vibração de formas e cores) se mostra mais como resultado da relação das superfícies dos elementos metálicos, que passam a ser ativadas por meio da variação e justaposição das diferentes cores e tons, do que como uma intenção. Talvez, esta escolha seja resultado do convite do curador Ricardo Resende, que, conhecendo o modo como trabalho com as cores e minha preocupação com a interação entre elas no espaço (tridimensional e bidimensional), tenha proposto uma intervenção de cunho cinético,“ conta Estela. 

Sobre as cores

Foram realizados uma série de estudos de cor para esta intervenção e optamos por uma paleta aberta e diversa, na sua maioria composta por cores terciárias que, a mim, remetem a uma certa singela alegria presente nas fachadas de muitas casas do interior do Nordeste do país”, finaliza a artista.

A iniciativa

“Esta é uma homenagem que o Santander presta à cidade de São Paulo, e que se integrará naturalmente a uma região que já é reconhecida como moderna e dinâmica. Este tipo de iniciativa se conecta ao nosso objetivo de disseminar experiências artísticas com uma visão contemporânea”, afirma Marcos Madureira, vice-presidente executivo de comunicação, marketing, relações institucionais e sustentabilidade do Santander. 

Esta não é primeira vez que o Banco faz uma intervenção urbana. Em março, em comemoração aos 15 anos do Santander Cultural em Porto Alegre, o banco parabenizou a cidade com o projeto Arte no Muro. 30 artistas locais fizeram pinturas ao longo de 450 metros do muro da Avenida Mauá. E ainda este ano, artistas de Paraisópolis, em São Paulo, farão uma intervenção artística na fachada da agência na comunidade.

Atualmente, o Banco participa de sete importantes empreendimentos que proporcionam experiências culturais diferenciadas: O Teatro Santander, em São Paulo, o Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, o Santander Cultural, em Porto Alegre, a Galeria Claudia Andujar, em Inhotim, o Museu de Congonhas, em Congonhas, Museu do Estado de Pernambuco, no Recife e a Coleção Santander Brasil, em São Paulo.