Portland, nos EUA, quer repensar a velocidade das vias com foco nos pedestres e ciclistas

O levantamento mostra que pedestres e ciclistas estão em uma a cada quatro mortes no trânsito. Em Nova York, o número de ciclistas mortos no primeiro semestre deste ano já excedeu a soma de 2015.

Entre os fatores que contribuíram para o aumento dos números, o Conselho Nacional de Segurança relacionou: a economia mais forte e as taxas de desemprego mais baixas, bem como a redução dos preços médios da gasolina 16% mais baixos ao ano anterior. Em matéria do CityObservatory, Joe Cortright afirma como esse é um recorte infeliz e provavelmente incorreto, pois até 2013 se viu uma redução das fatalidades no trânsito e a economia estava em crescimento. “Essa é uma visão um tanto fatalista que implica que mais mortes no trânsito são uma consequência triste, mas inevitável do crescimento econômico”, destaca Cortright.

Apesar do aumento dos números, algumas cidades americanas integram o movimento para combater as fatalidades de trânsito. Afinal, estamos na Década da Ação pela Segurança Viária e tais números devem servir como impulso para que prosperem mais ações com foco na melhoria no desenho urbano e redução de velocidade dos veículos. “Nossa complacência está nos matando”, foi o que disse Deborah Hersman, integrante do Conselho de Segurança Nacional, na ocasião da divulgação dos dados.

No último ano, a cidade de Portland adotou o programa Visão Zero e, portanto, a ideia de que nenhuma fatalidade no trânsito é aceitável. Um ano e dois meses após, a cidade acompanha o aumento do número de mortes no trânsito do país. Até agora foram trinta mortes no primeiro semestre, nesse ritmo, pode chegar a 47 até o final do ano – dez a mais que 2015, e o ano mais fatal nas estradas de Portland desde 2003.

O Departamento de Trânsito da cidade propôs, portanto, uma revisão da velocidade das vias para o Departamento de Trânsito do estado. Pela primeira vez, pedestres e ciclistas serão levados em consideração no cálculo definidor de limites de velocidade. As análises dos padrões de trânsito são feitas com o olhar totalmente direcionado aos carros. Funcionários do Departamento de Trânsito do Estado observam o tráfego ao longo de uma rua, e calculam a velocidade com base na velocidade – ou abaixo – do que 85% dos veículos estão dirigindo.

A proposta está aguardando a aprovação do Departamento de Transporte de Oregon. O portal Portland Mercury destaca como as autoridades municipais estão desafiando a técnica antiquada de engenharia de trânsito da velocidade média de 85%. Um dos principais problemas dessa prática é que não considera sequer a presença de pedestres ou ciclistas, apenas a velocidade dos motoristas. O que reforça a falta de segurança e o descaso com o desenho da rua – se existem ciclovias, calçadas.

A cidade de Portland propôs a reavaliação dos limites de velocidade de acordo com uma gama maior de fatores que são substanciais para a segurança viária. Entre as relações da propostas está a proximidade que os veículos estão dos pedestres e ciclistas. Se as ruas tem ciclovias desprotegidas, por exemplo, o limite máximo deve ser de 30mph. A mesma regra serve para ruas com calçadas nos dois lados.

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Por Sergio Trentini no City Fix Brasil.

 

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