Ateliê no Escuro une música, gastronomia e sensorialidade

Maria Lyra, psicóloga e uma das quatro fundadoras do Ateliê, relata que os primeiros jantares às cegas foram promovidos para amigos e familiares, de forma lúdica, uma brincadeira. A partir das reações colhidas nessas vivências e da observação das novas percepções aguçadas nos participantes, o projeto sensorial foi criando forma e sentido. As fundadoras chegaram a passar períodos de 24 horas e depois, 48h, em uma casa na praia com os olhos vendados, para poder despertar os sentidos adormecidos no escuro.

Visitantes no Dans Le Noir em Paris. Foto: Paris Star.

”No fundo parar e perceber é algo essencial que abre possibilidades pela sua simplicidade, e isso é lindo! Emocionante. Somos facilitadoras do encontro de cada um com esse potencial inerente que são os seus sentidos”. Maria Lyra.

Jantar às escuras promovido pelo Ateliê. Foto: Revista Flyers.Pelo olhar de Maria, a maior resistência encontrada pelo caminho dos 10 anos de Ateliê, foi o medo do desconhecido presente no escuro, das possibilidades de novos encontros com os alimentos, o ambiente, com o outro e consigo. A cada novo evento sensorial, os participantes reagem de diferentes formas aos estímulos e resgatam novas sensações orgânicas em meio à virtualidade presente. Maria relata que as experiências sensoriais são para a sociedade contemporânea uma possibilidade de pausa dos excessos de estímulos que atravessam o cotidiano das pessoas e trazem angústias e ansiedades.

Mulher vendada durante jantar promovido pelo Ateliê. Foto: Acervo Ateliê.Nas palavras da fundadora:”Agora, importante dizer que estamos falando de experiências sensoriais nessa proposta de dentro pra fora e de fora pra dentro e não na exacerbação de cores e sabores, uma superexposição sonora, que só segue esse ritmo que mais estressa do que alimenta.” Maria Lyra

As fundadoras do Ateliê: Gabriela Pistelli, Elis Feldman, Maria Lyra e Janaína Audi. Foto: Acervo Ateliê.

Atualmente, as experiências sensoriais promovidas pelo Ateliê se concentram nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, mas o projeto já ganhou passaporte internacional ao se deslocar para Portugal. Há três principais propostas de eventos oferecidos para o público em geral e para as empresas: jantar no escuro, laboratório sensorial e intervenções pontuais, como workshops e mobilizações, todos guiados pela essência do encontro com novas vivências possíveis pelos sentidos

Site do ateliê: http://www.atelienoescuro.com.br – Contato: maria@atelienoescuro.com.br

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Isa Meirelles é relações públicas e coach certificada pelo Instituto Brasileiro de Coaching. Atua como consultora de comunicação inclusiva e tem como propósito de vida o fim da invisibilidade das pessoas com deficiência na sociedade, por meio da comunicação. Isa escreve quinzenalmente no São Paulo São.

 

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