O prefeito Fernando Haddad, durante a abertura dos novos boxes do Mercado de Pinheiros, que passa por processo de revitalização.
Foto: Claudio Tavares / ISA.
Fortalecer a cadeia do alimento
O projeto do Instituto ATÁ no Mercado de Pinheiros atua em várias frentes. Um de seus principais objetivos é trazer luz à rica biodiversidade do Brasil, que se traduz em um leque sem-fim de ingredientes, repletos de aromas e sabores desconhecidos de grande parte de nossa população.
Outro objetivo é fortalecer a ponta da cadeia, contribuindo para que esse grupo de pequenos produtores, artesãos e comunidades se estruturem e sejam remunerados de maneira justa, tornando seus negócios sustentáveis economicamente, e facilitando sua entrada no competitivo mercado paulistano. O papel de todas as organizações envolvidas é de construir pontes entre o consumidor e o pequeno produtor, buscando encurtar o caminho do campo à mesa.
Como não haverá intermediários em todo o processo, os boxes se consolidarão também como um grande showroom, possibilitando outros negócios para as comunidades, os artesãos e os pequenos produtores. A expectativa é que os boxes sejam um estímulo para o comércio de varejo e um incubador de negócios para esses produtos. Seja com chefs e restaurantes que ali terão acesso a produtos vindos de locais distantes, seja para outros pontos de venda, com empórios e restaurantes. O projeto pretende ser o ponto de partida para uma rede que se estenderá por toda a cidade.
O chef Alex Atala, do Instituto ATÁ, acredita que criar uma demanda para esses produtos, apresentando-os ao público consumidor, e tornar viável o uso dos ingredientes brasileiros não apenas em suas regiões de origem é também uma poderosa ferramenta de preservação do meio ambiente.
Artesanato usado na culinária dos povos indígenas do Xingú. Foto: Cláudio Tavares / ISA.
Termo de Cooperação
O projeto dos boxes focados nos biomas do Brasil faz parte de um novo momento do Mercado Municipal de Pinheiros, que passa por um processo de revitalização com reformas estruturais, melhorias e um calendário de atividades educativas e culturais para o ano.
Ali, no tradicional espaço, localizado no Largo da Batata, firmou-se um termo de cooperação entre o Instituto ATÁ e a Prefeitura de São Paulo para um projeto inovador. A entidade, composta por lideranças de diferentes setores, como o chef Alex Atala (Grupo D.O.M.), Beto Ricardo (Instituto Socioambiental) e Roberto Smeraldi (Oscip Amigos da Terra – Amazônia Brasileira), com o prefeito Fernando Haddad e o secretário do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, Artur Henrique, formalizaram o acordo que permite à entidade ocupar e administrar cinco boxes do Mercado e também desenvolver ações que promovam o fortalecimento da cadeia produtiva do alimento.
A iniciativa, da Secretaria do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo (SDTE), por meio da Coordenadoria de Segurança Alimentar e Nutricional (Cosan), faz parte do programa Fortalecimento da Diversidade Gastronômica na Cidade de São Paulo, pela valorização de ingredientes da cozinha brasileira.
“O Mercado Municipal de São Paulo, o Mercadão, reflete perfeitamente a diversidade cultural paulistana, mas ainda falta um espaço que represente nossos sabores nativos. A ideia é que o Mercado Municipal de Pinheiros ocupe essa lacuna e se torne uma embaixada do ingrediente brasileiro”, explica o chef Alex Atala.
Trazer produtos que representem os diferentes biomas e priorizar ações que valorizem o pequeno produtor e fortaleçam a cadeia do alimento serão prioridades no projeto do Instituto ATÁ para a parceria. “Queremos que o Mercado de Pinheiros se torne uma extensão da rota turística que vai ao Mercadão e que o público venha de metrô e de bicicleta”, afirma Alex Atala.
Conheça alguns produtos que serão comercializados nos novos boxes do Mercado de Pinheiros
Bioma Amazônia / Mata Atlântica (Instituto ATÁ).
– Tucupi
– Molho de tucupi preto
– Maniva precozida
– Mini-arroz do Vale do Paraíba
– Farinha piracuí
– Farinha de milho biju
– Cachaça de jambu
– Cumaru
– Açúcar aromatizado com cumaru
– Aviú
– Queijo marajoara
– Doce de cupuaçu
– Farinha d’água
– Feijão manteiguinha
– Geleia de jambu
– Geleia de priprioca
– Polpa de bacuri
– Polpa de murici
– Polpa de taperebá
Bioma Amazônia / Mata Atlântica (Instituto Socioambiental).
– Pimenta baniwa
– Mel dos Índios do Xingu
– Castanha do Pará
– Farinha de mesocarpo de babaçu
– Farinha de mandioca (Mata Atlântica)
– Banana chips (Mata Atlântica)
– Taiada (Mata Atlântica)
– Rapadura (Mata Atlântica)
– Óleo de Pequi
– Pimenta do Xingu. Ainda não disponível
– Azeite de castanha. Ainda não disponível
– Óleo de babaçu. Ainda não disponível
– Cerâmica Baniwa
– Cerâmica Yudja
– Cerâmica Wauja
Bioma Mata Atlântica (Instituto Auá).
– Cachaça curtida com cambuci, com pelo menos 400 anos de tradição no alto da Serra do Mar de São Paulo
– Xarope de cambuci, com tradição centenária na região, sendo excelente expectorante
– Licores de grumixama, araçá, cambuçá, pitanga e outras nativas, produzidos em Parelheiros, no extremo sul da cidade de São Paulo
– Paleta de uvaia artesanal da marca Empório Mata Atlântica
– Geleias de Cambuci, Uvaia, Juçara e outras nativas, de diversos produtores da Serra do Mar Paulista
– Antepastos, molhos e chutney à base de Cambuci
– Granola com juçara, produto exclusivo de São Luiz de Paraitinga
– Mudas de cambuci, grumixama e araçá
– Cambuci congelado da Rota do Cambuci
Bioma Cerrado/Caatinga (Central do Cerrado).
– Óleos vegetais (babaçu, pequi, macaúba)
– Farinhas (jatobá, babaçu e buriti)
– Castanhas como a de baru e pequi
– Geleias, licores, doces e polpas de frutas nativas do Cerrado e da Caatinga
– Artesanatos de Capim Dourado
– Tecelagens com pigmentos naturais e outros produtos associados ao modo de vida dos agroextrativistas
– Produtos das Mulheres Quebradeiras de Coco de Babaçu, que possuem uma relação muito forte com as matas de cocais ou babaçuais de onde tiram inúmeros produtos para seu sustento e possuem uma luta muito forte em defesa do direito a suas terras e territórios e contra a grilagem de terras.
Bioma Pampas (Marcos Livi/Quintana).
– Mel branco de Cambará do Sul
– Pimentas de Turuçu
– Charque de gado de Santana do Livramento
– Charque de cordeiro feito pelo chef Márcio Avilla, de Pelotas
– Artesanato em nó de pinho, lascas de araucária, lã de ovelha
– Carne de ovelhas crioulas do Projeto Monã
– Sucos de frutas nativas, como butiá
– Arroz cachinho, de Sentinela do Sul, uma semente quase crioula, esquecida por 100 anos e agora novamente sendo resgatada e gerando uma nova fonte de renda para uma associação de 23 produtores. Disponível apenas em maio.
Bioma Caatinga (Mocotó).
– Manteiga de garrafa
– Pimentas
– Farinhas
– Cachaça
– Rapadura
– Tapioca
– e pratos típicos nordestinos
Serviço
Mercado Municipal de Pinheiros.
Rua Pedro Cristi, 89.
Horário de funcionamento: segunda a sábado, das 8h às 18h.
Fecha aos domingos.
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Informações: Giuliana Bastos assessora de imprensa do Instituto ATÁ, Assessoria de Comunicação do Mercado Municipal de Pinheiros e da Secretaria de Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo.