CSA Brasil: consumidores e agricultores unidos para a produção de orgânicos

O termo “Comunidade que Sustenta a Agricultura” é usado no mundo todo, mas sua presença é mais forte em regiões dos Estados Unidos e do Canadá. Ele surgiu no início da década de 80, nos EUA, influenciado por ideias de agricultura biodinâmico formuladas pelo filósofo e arquiteto Rudolf Steiner. O conceito foi trazido para o restante da América por dois agricultores europeus, que haviam fundado um projeto agrícola apoiado por uma comunidade perto de Zurique, na Suíça.

No Brasil, há CSAs espalhadas por alguns estados desde 2011, como São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Funciona como um modelo de trabalho em conjunto entre produtores de alimentos orgânicos e consumidores. Um grupo fixo de pessoas se compromete a cobrir o orçamento anual da produção agrícola por cerca de um ano. Em troca, recebe os alimentos cultivados pelo sítio ou fazenda sem custos adicionais.

Vantagens das CSAs e da produção de orgânicos

Com o financiamento de seu cultivo garantido, o produtor pode se dedicar à sua produção de forma livre, sem as pressões do mercado. Supermercados pagam pouco para o agricultor e revendem orgânicos por altos preços.

Já os consumidores recebem produtos orgânicos, naturais e de qualidade sabendo quem os produz e onde são produzidos. Além disso, os clientes vão gastar menos, pois estarão livre dos altos preços cobrados pelos mercados, e ainda irão contribuir com a segurança financeira e alimentar de famílias de agricultores.

Além de trazer vantagens para produtores e consumidores, as CSAs trazem benefícios ambientais. A produção orgânica não causa prejuízos ao solo, diferente do cultivo tradicional, que abusa de agrotóxicos e técnicas para acelerar o crescimento. O uso de substâncias químicas pode contaminar a terra, a água e a toda a natureza, prejudicando também animais que ali habitam. 

A longo prazo, o cultivo de orgânicos também traz autonomia para o produtor. Ele gasta menos com a compra de agrotóxicos, cultiva um solo mais fértil e a capacidade de sua produção aumenta.

O futuro da agricultura familiar está nas mãos dos consumidores

De acordo com o site oficial da CSA Brasil, a agricultura familiar não tem futuro sem a cooperação do consumidor. Hoje, ela é condicionada por baixos salários, pequena valorização do trabalhador e falta de mão de obra, causada pela migração de jovens para cidades.

Para apoiar o modelo com responsabilidade e comprometimento, os associados devem passar por umaformação de quatro dias. Agricultores e consumidores estudam todos os passos da criação de uma agricultura coletiva. Passam por uma orientação prática no campo e aprendem tarefas administrativas, como planejar cultivos e colheitas e calcular custos do projeto.

Um dos diferenciais desse modelo é a aproximação entre homem e alimento. Nas cidades, há um distanciamento grande, já que a comida é adquirida no supermercado e poucos consumidores param para pensar de onde ela veio ou como foi produzida. “Com a vida corrida da cidade, tudo é muito prático, o alimento passa a não ter tanta importância quanto deveria”, diz Ana Paula Galdino, fundadora da CSA de São Vicente, em vídeo de divulgação do projeto.

Já na Comunidade que Sustenta a Agricultura, o consumidor está integrado ao processo de produção. Ele entende por que alguns alimentos só nascem em certas épocas do ano e valoriza aquilo que a natureza fornece. Veja no vídeo a opinião de alguns associados das CSAs Brasil e inspire-se.

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Por Camila Luz no Free The Essence.

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