Drosophyla 30 anos: o bar descolado já ocupou até garagem

Fashionista por acaso, retrô por vocação do ambiente e descolado porque não dava para ser de outro jeito, o Drosophyla Bar comemorou 30 anos com uma festa no casarão da Rua Nestor Pestana, na terça‐feira (17). Na programação, uma viagem pelo mundo da música de Belle de Jour e banda embalou a noite. Em seguida, o DJ Rod colocou hits que marcaram as três décadas de existência do bar.
 

Lilly Varella no Baile da Madame Drosophyla 2016. Foto: Bruno Poletti.
 
Tudo começou em Belo Horizonte, em 1986. Já naquela época, locações nada convencionais davam o tom. De galpão a casarão da década de 1920 (o mais recente endereço), já teve de tudo um pouco. Em BH, abria as portas para shows de grandes bandas. Lançou o grupo Jota Quest – que tocava lá todas as quintas – e ainda recebia ilustres como Chico Science e Mamonas Assassinas. Desde 2002, está em São Paulo. Primeiro funcionou durante 13 anos na rua Pedro Taques, na Consolação, fechou em julho de 2014, e reabriu cinco meses depois no número 163 da rua Nestor Pestana, pertinho da Praça Roosevelt (Centro). No novo endereço, a proprietária Lilly Varella, criou um personagem, Madame Lili.
 

Festa de Natal, 1986. Foto: Divulgação.

 
CAT: Por que Drosophyla? 

Lilly Varella: Estudei no’’ginásio’’ num livro de biologia chamado BSSC sei lá o que, e lá a gente tinha que estudar a fundo sobre as drosophylas. Esse nome ficou marcado na minha cabeça… 

CAT: Em 30 anos de Drosophyla, qual foi o episódio mais pitoresco? 
Lilly Varella: Em 1987, abrimos o 2º Dro e era num apartamento grande, com área que era muito grande. A gente fazia um dançante e tinha também teatro (o grupo Galpão se apresentou lá) e grupos de música. Nesse apê, havia apenas um banheiro, e com banheira. Resolvemos enfeitar a banheira com água e um papel crepom azul pra fingir que era uma minipiscina. Daí, numa bela noite, um cara entrou no banheiro, tirou a roupa toda pois estava calor e ficou lá… Todo mundo querendo ir ao banheiro e ele lá peladão se refrescando… Daí tivemos que pedir para o segurança tirá‐lo de lá. O segurança perguntou: “Boto na rua?” Eu disse: “Lógico que não! O cara foi muito real, estava calor e ele fez o que todo mundo queria fazer e não teve coragem. Manda ele para o salão pra dançar com todos!”
 
CAT: Por que trocou BH por SP?
Lilly Varella: Pela famosa frase: casei, mudei e te convidei!
 

CAT: Qual dos endereços já ocupados é o seu favorito?
Lilly Varella: Cada endereço tem sua particularidade, portanto, todos são meus favoritos. Cada um tem uma história distinta! Um era na garagem sem banheiro, o outro num apartamento. O tereceiro, em 1992, era num galpão antigo, perto da estação de trem de Belo Horizonte. Era cheio de aranhas centenárias e elas caiam do teto na pessoas e era surreal… Depois em São Paulo, na rua Pedro Taques, aquela casinha dos anos 40 com pé de jabuticaba, limão, pera… era uma delicia. Ah…todos deixaram marcas indeléveis no meu coração!

CAT: O que nunca saiu do cardápio?
Lilly Varella: Do cardápio de São Paulo não saiu até hoje, em 15 anos: Bolota, pão de queijo recheado com lombo molhadinho, polpetones e penne.

CAT: O que mais te apaixona neste novo endereço?
Lilly Varella: Me apaixona o fato de estar cada vez mais apaixonada com essa casa de 1920, imponente, linda, marcante, ao mesmo tempo simples, sem frescura, com música ecoando de segunda a quinta…

CAT: Tem novidade marcando os 30 anos?
Lilly Varella: Além da música que estamos fazendo ao vivo, muito jazz e outras vertents, temos um projeto para o verão de passar filmes na varanda. E muitas novidades nascem na hora, dai, só o tempo dirá!

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Redação da CAT Magazine.

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