A imagem acima é da comunidade de Serenbe, nos Estados Unidos, que foi projetada com objetivo de ser uma sociedade auto-sustentável. Suas lojas e restaurantes ficam em ruas feitas para priorizar a circulação de pedestres, estimulando a caminhada e diminuindo consideravelmente o tráfego de carros no lugar.
Segundo o banco de dados da Global Ecovillage Network, existem mais de 400 ecovilas espalhadas pelo mundo. E em 1998, o modelo foi incluído na lista oficial da ONU como uma das 100 melhores práticas para o desenvolvimento sustentável.
Mesmo comportando múltiplas manifestações locais, as ecovilas possuem um princípio único, a relação entre indivíduos e a natureza. No núcleo do modelo está a celebração da diversidade cultural, espiritual e ecológica e o impulso para se recriar comunidades humanas em que as pessoas possam redescobrir as relações saudáveis e sustentáveis consigo mesmas, e com o planeta. Esse conceito tem proposto soluções viáveis para erradicação da pobreza e da degradação do meio-ambiente e combina um contexto de apoio sócio-cultural a um estilo de vida de baixo impacto.
O objetivo de uma ecovila não é apenas o crescimento econômico ou o desenvolvimento, mas toda a rede de vida da qual depende nossa sobrevivência futura de longo prazo. Uma ecovila é programada de tal maneira que os negócios, as estruturas físicas e tecnológicas não interfiram com a habilidade inerente à natureza de manter a vida. Um dos princípios fundamentais do modelo é não tirar da terra mais do que podemos devolver a ela.
Cada ecovila dentro do seu próprio contexto cultural e ambiental, busca e demonstra soluções locais, usando tecnologias apropriadas, materiais da região e antes de tudo oferecendo soluções compatíveis e acessíveis a todos.
Findhorn, a primeira do mundo
Imagine morar em um lugar onde todas as casas são ecológicas. Assim é em uma pequena ecovila chamada Findhorn, que fica na beira do Mar do Norte, na Escócia. A localidade, uma das mais famosas e antigas do mundo nesse estilo, tem cerca de 1.000 moradores e existe desde 1985, com o objetivo de ser totalmente amiga da natureza. A ideia de criar o lugar foi do casal Peter e Eileen Caddy e sua amiga Dorothy Maclen, num acampamento de trailers, em 1963, para propagar uma “filosofia de amor incondicional”.
Para isso, as casas de Findhorn são construídas de modo a gerar o menor impacto possível. São usados materiais reaproveitados, como antigas barricas de carvalho para curtir whisky, além da adoção de técnicas de aquecimento solar da água, telhados verdes e banheiros secos. Para tratar a água, se utiliza o sistema de permacultura, em que filtros de raízes das plantas absorvem as impurezas e devolvem água limpa para o mar ou a reaproveitam. A energia vem de turbinas eólicas da própria ecovila.
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Da Redação.