Integrantes da iniciativa Women4Climate no encontro recente no México. Foto: Divulgação.
Com a idade de 35 anos, a jovem dinâmica acaba de ser oficialmente coroada de “líder em preparação” na luta contra as mudanças climáticas, durante a segunda Conferência Women4Climate, realizada na Cidade do México no último dia 26 de fevereiro.
A prefeita da cidade de Paris, que preside o C40, estabeleceu o objetivo de formar, através desta organização internacional, 500 cidadãos no mundo até 2020. Essas “heroínas climáticas (…), “start-upistas“, pesquisadoras, ativistas ou estudantes estão destinadas a liderar a luta futura. “Queremos preparar a próxima geração de líderes”, explica Anne Hidalgo.
Usar plantas para criar ecossistemas
Imagem: Divulgacão.
Katarina Dear foi descoberta graças ao mais recente orçamento participativo de Paris em 2017. Ela propôs a instalação, no canal Saint-Martin, de “jangadas“ vegetais aquáticas, antipoluentes para purificar o ar e limpar a água.
“Eu aderi plenamente à filosofia do C40. Sei que é possível agir para o clima no nível individual ou municipal sem esperar que os estados se movam”, diz ela. Seu projeto foi selecionado. Ela espera que esteja instalado no local o mais cedo possível neste verão.
Canal Saint-Martin. Instagram / Reprodução.
Katarina
Katarina Dear é originalmente uma especialista em marketing. Nascida em 1982, cresceu em Paris e “um pouco nos Estados Unidos”. Sua sensibilidade para proteger o planeta veio quando ela era pequena. Ela não sabe como ou por quê. Sem dúvida, graças aos documentários do Comandante Cousteau e seus passeios na natureza, com seus pai, engenheiro e pintor, e suas duas irmãs.
Titular de mestrado em gestão de negócios e projetos internacionais, estudou na Sorbonne e Paris-Dauphine, antes de trabalhar para a Unilever, no Club Med, em um laboratório de esportes em Montreal e hoje para o grupo Prisma Media.
Katarina Dear que trabalha no projeto de plantas aquáticas flutuantes para filtrar a água e purificar o canal de Saint Martin. Foto: Divulgacão.
Ao mesmo tempo, ela também está envolvida em trabalhos comunitários como voluntária. Está envolvida numa missão com um organização mexicana de proteção às tartarugas marinhas na costa do Pacífico. No ano passado, ela começou a lançar este seu próprio projeto combinando paixão e convicções: “Eu pensei que, com o aumento inevitável da população, era necessário tornar a cidade mais agradável. Daí a idéia de criar espaços verdes na água”.
As “jangadas“ que ela imaginou para o canal de Saint-Martin têm como objetivo purificar o ar e filtrar a água. O conceito já existe: o uso de plantas aquáticas – juncos, íris, hortelã … – cujas raízes longas desempenham o papel de filtros. Os microrganismos crescem no ambiente, os peixes vêm para colher ovos e os pássaros aninham. Um ecossistema inteiro se recupera.
O investimento
Imagem: Reprodução.
Escolhida por Célia Blauel, vice-prefeita de Paris, encarregada do meio ambiente, Katarina Dear trabalhou com associações e cientistas para medir o impacto do seu projeto sobre redução de CO2 e qualidade da água antes e depois da instalação. Ela também está em contato com o serviço de canais da cidade e a Câmara Municipal do 10º Distrito. Planeja implantar cerca de quinze de suas jangadas ecológicas ao longo das docas de cerca de 50 m² (cada jangada cerca de 1,5 m de largura e 2,5 m de comprimento).
Ela quantificou o investimento total em 20 mil euros. “O custo da operação é quase zero porque as plantas se regeneram automaticamente”, diz ela. A jovem está pensando em outro projeto climático, desta vez voltado para a proteção das abelhas.
Mereceu ganhar o título de “líder em preparação”.
Canal Saint-Martin, onde o verão de Paris acontece
Charmoso e informal, o Canal St.-Martin é um oásis de despretensão em Paris. Um lugar desprovido de monumentos, museus ou prédios demasiadamente históricos, e que por isso acaba atraindo uma maioria de parisienses em busca de diversão, misturada com um tipo especial de turista: aquele que não está interessado apenas em atrações turísticas.
O ano inteiro, a região é uma pintura, graças às pontes de pedestres arqueadas, acopladas a escadarias, que permitem a passagem de barcaças e elevam os passantes à altura das copas das árvores. O tráfego de barcos — tanto de passeio, quanto de carga — passa por uma eclusa: o barco fica represado enquanto o nível da água é artificialmente ajustado.
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Da Redação, com informações Le Jornal Du Dimanche (Francês).