Escola Britânica de Artes Criativas quer formar nova geração de ‘criativos’


A partir de agosto, o bairro da Vila Madalena, na zona oeste de São Paulo, deve reforçar sua reputação como área de livre circulação de descolados e hipsters da capital paulista. No dia 22 será inaugurada a Escola Britânica de Artes Criativas (Ebac), a primeira do país a oferecer um diploma válido automaticamente nos Estados Unidos e na Europa por conta de sua parceria com a Universidade de Hertfordshire, de Londres, referência em disciplinas da indústria criativa.

A Ebac abre as portas, inicialmente, oferecendo cursos livres e técnicos, estes com duração de até dois anos. Os de graduação começam somente em 2017. Todos eles devem atrair um sem número de alunos de todas as idades, interessados em formar­se ou especializar­se em áreas como design gráfico, ilustração, cinema, direção de arte digital, “motion and broadcast design”, além de outros inéditos no Brasil, como visualização de projetos de arquitetura e desenvolvimento de aplicativos para dispositivos móveis.

 
Para Maurício Tortosa, diretor­ presidente da Ebac, o Brasil precisa desesperadamente de mão de obra criativa qualificada.
Foto: Carol Carquejeiro/ Valor.
Mas não será tão simples fazer a matrícula na graduação. Além de entrevista com o conselho da escola, em que terá de mostrar aptidão para a matéria, o candidato precisará de inglês avançado ou fluente, uma vez que as aulas são 100% no idioma. Para quem precisa de uma desenferrujada, a escola oferecerá um curso especial para preparar o aluno para o bacharelado. Segundo Maurício Tortosa, diretor­presidente da Ebac, as mensalidades no nível de graduação ficarão entre R$ 3.600 e R$ 4.000, e 20% das vagas serão destinadas a bolsas integrais para alunos da rede pública.

A escola exigiu investimento de R$ 10 milhões, bancados por três investidores pessoa física, dois deles apaixonados por educação e artes. Do Brasil, participa Rafael Steinhauser, presidente para América Latina da Qualcomm, que também é ator profissional. Da Rússia, Alexander Avramov, do Moscow Consortium, dono de uma rede de escolas inovadoras do país, cofundador da Escola Britânica de Arte e Design, da Escola de Arquitetura de Moscou e da Escola de Cinema de Moscou. E, da Suíça, o banqueiro de investimento Michael Bornhäusser, diretor do Sallfort Privatbank.

Para Steinhauser, os profissionais formados pela Ebac serão vitais para vários setores como o design, publicidade, cinema, televisão, internet e computação gráfica. “Na indústria da telefonia móvel eles poderão atuar tanto no desenho de aplicativos quanto na internet das coisas, que transforma os objetos que orbitam em torno das nossas vidas de forma fundamental.”

A Universidade de Hertfordshire é uma das líderes de empregabilidade no Reino Unido, e já recebeu o prêmio do “Times Higher Education” de “Universidade Empreendedora do Ano”. “Mais de 95% dos alunos entram no mercado de trabalho em até seis meses após o curso”, diz Tortosa.

Embora proporcione o diploma reconhecido internacionalmente, o objetivo da escola é fixar os jovens no Brasil. Apenas em 2015, ele informa, 5.600 jovens brasileiros deixaram o país para estudar no Reino Unido. Muitos deles não retornarão. “Precisamos desesperadamente de mão de obra qualificada e criativa, de um ensino de qualidade mundial para levar o Brasil a um estágio de desenvolvimento mais avançado.”

Tortosa tem formação em publicidade e trabalhou durante muitos anos em grandes agências e em multinacionais de tecnologia da informação. “Este é o projeto da minha vida”, ele diz.

Outro ponto em destaque é a interação constante com empresas como Adobe, Apple, Facebook, Google, Dell, Cisco, Microsoft, Dentsu Aegis Group, para promover um conteúdo alinhado com as necessidades reais do mercado.

 
Quando visitou a universidade inglesa, em Londres, em janeiro, o diretor ficou surpreso ao ver os alunos do terceiro ano de um curso de efeitos especiais fazendo projetos para um comercial do Mini, o super carrinho da Rover. “Aqui, como lá, os alunos vão trabalhar em projetos reais, queremos que exista a integração da indústria com a academia.”

O LAB, como foi apelidado o prédio situado na rua Mourato Coelho onde será a sede da escola, é assinado pelo arquiteto Isay Weinfeld. A construção é eco­amigável e tem laboratórios equipados com cabeamento e iluminação especiais, para evitar que futuros grandes projetos sejam prejudicados por questões estruturais.

Serviço

EBAC – Escola Britânica de Artes Criativas.
Rua Mourato Coelho, 1404 – Vila Madalena.
Site: www.ebac.art.br
Tel. (11) 2645-4164.
Email: info@ebac.art.br

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Marília de Camargo Cesar no Valor.
 
 

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