Os trabalhos fazem parte de um programa feito pela Prefeitura em parceria com as empresas do setor, que engloba 137 vias no total.
“A fiação subterrânea é mais segura. Numa tempestade, a chance de a luz cair é menor, você tem menos acidentes, eletrocussões e choques”, diz o professor da Faculdade de Arquitetura de Urbanismo da USP Renato Cymbalista.
Apesar disso, o enterramento nunca foi prioridade na cidade, e as explicações estão na história e nos custos.
São Paulo nunca foi uma capital nacional, o que fez com que tivesse recursos menores do que Rio de Janeiro e Brasília, por exemplo, para ações de embelezamento urbano. “Ao mesmo tempo, sempre foi uma cidade explorada, do ponto de vista imobiliário, até a última gota: a rua mais estreita possível, a calçada mais estreita possível e o gasto com infraestrutura menor possível.”
Estudos da AES Eletropaulo mostram que, nos locais em que os fios estão enterrados, a energia cai, em média, apenas uma vez por ano – nos outros, até quatro vezes. Mas apontam também que a rede subterrânea custa 16 vezes mais do que a aérea.
Por isso, o vice-presidente de relações externas da concessionária, Sidney Simonaggio, alerta que o enterramento pode ter consequências no bolso do consumidor.
“Uma rede que pode custar 16 vezes mais faz com que a tarifa de energia elétrica fique mais alta. Além disso, o que vai para baixo da terra é de uma tecnologia muito maior do que o que tem na rede aérea. Lá embaixo, a gente precisa fazer um monitoramento intenso das condições do cabo, das condições dos transformadores embaixo da terra. A manutenção custa às vezes um pouco mais exatamente porque querer mais tecnologia.”
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Fonte: Band News FM.