O grande problema foi que a corporação chegou, atestou que o animal estava por ali, mas não conseguiu captura-lo. A partir de então, começava a aventura de conseguir resgatar o jacaré, que ganhou o apelido de Teimoso, com o passar do tempo.
Os bombeiros tentaram, de várias maneiras, fazer o resgate, mas todos fracassaram. Os prossionais se desculpavam, alegando que não estavam acostumados com tal serviço, mas os constantes erros acabaram constrangendo a equipe.
Uma semana depois do “cerco”, na terceira investida, os bombeiros cercaram o Teimoso que, acuado na margem direita do Tietê por dois ociais que estavam em um barco, um time de bombeiros em terra e uma rede de quarenta metros, ele parecia não ter para onde ir. No entanto, nesse momento, apareceu um helicóptero que assustou o jacaré, que conseguiu fugir por baixo da rede.
Somente em uma operação arquitetada pela Guarda Metropolitana e o Corpo de Bombeiros, foi que o jacaré acabou capturado no Rio Pinheiros. No momento da captura, entretanto, não se sabia se era Teimoso ou não, mas seu tamanho, coloração e formato deixaram poucas dúvidas. Junto a ele, inclusive, foram capturados outros sete jacarés que acabaram levados ao Parque Ecológico do Tietê. Logo depois da captura, o cabo da Polícia Florestal, Mário Leme, fez questão de deixar claro que foram eles quem capturaram e resumiu da seguinte forma: “O jacaré foi pego com a nossa rede”.
Embora o caso tenha repercutido muito na época, até hoje não se sabe como os jacarés foram parar lá. A versão mais aceita e provável é a de que ele era criado em cativeiro e acabou solto pelo dono.
Vale dizer que o Teimoso sobreviveu em um trecho do rio em que a taxa de oxigênio era de menos de um miligrama por litro de água, o que a torna altamente poluída. Apesar disso, ele sobreviveu às condições por meses, o que honra seu apelido.
O jacaré, que é uma espécie típica da América do Sul, encontra-se agora em área tranquila e segura para sua moradia dentro do PET (Parque Ecológico do Tietê), localizado na Zona Leste de São Paulo. Quem quiser, pode visitá-lo durante as atividades ecológicas pelas trilhas que a administração do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica) promove, sempre com agendamento antecipado.
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Fonte: O Estado de São Paulo.