Tradicionalmente maio é conhecido como o mês das noivas e das mães, duas comemorações com forte apelo para o consumo e para alavancar as vendas do comércio e de serviços.
Houve um tempo em que era desejado casar neste mês que, em tese, coroava o enlace matrimonial perfeito: cerimônia na igreja, centenas de convidados, festa de arromba e viagem de núpcias.
Já a celebração em homenagem às nossas queridas genitoras sempre ocorre no segundo domingo do mês, e é uma das datas do ano com maior faturamento para os lojistas.
Não por acaso, diversas empresas de produtos de consumo preparam potentes campanhas promocionais e de propaganda a fim de fisgar filhos e maridos para aquisição daquela lembrancinha planejada ou de última hora.
Em Buenos Aires, maio é a praça na qual as mães se reuniam para protestar contra a ditadura militar e cobrar o regime pelo desaparecimento dos seus filhos.
Em Sampa, a Rua 24 de Maio, cujo nome relembra a “Batalha do Tuiuti”, da Guerra do Paraguai (1864-1870), ocorrida em 1866, e que foi considerada a mais sangrenta do conflito, vencido pela tríplice aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), contra o Paraguai. Nos dias atuais essa Rua do Centro Velho da cidade abriga a famosa Galeria do Rock e, cada vez mais, reúne nos seus andares as turmas do skate, das tatuagens, da moda surf, e dos salões de beleza.
E o 1º de maio foi de luta e de comemoração no Dia o Trabalhador e as batalhas continuam. Estamos apenas no início e muitas águas vão rolar. Não são as de março fechando o verão, mas, quem sabe, seja o prenúncio de que a próxima estação nos trará mais esperança. Por aqui, fico. Até a próxima.
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Leno F. Silva é diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. Escreve às terças-feiras no São Paulo São.