Memorial da Resistência expõe cartas de presos da ditadura

“Você percebe que essas correspondências eram uma forma de eles permanecerem conectados com o lado de fora [da prisão], e também de saber notícias do que estavam acontecendo”, ressalta a curadora e coordenadora do Memorial da Resistência, Kátia Filipini.

O conteúdo das correspondências mostra que os presos buscavam, nas primeiras mensagens, não deixar os parentes preocupados, apesar da situação que encontravam no cárcere. Segundo a curadora, é possível depreender das mensagens que eles e familiares, na tentativa de diminuir o risco de a correspondência ser bloqueada pela censura, evitavam alguns assuntos nas cartas, como a tortura.

“O que você vai perceber é que, em nenhum momento, no início da prisão, eles falam da questão da tortura. Se estavam presos na Oban [Operação Bandeirante] eram torturados, mas eles não falam para os familiares. Já em cartas posteriores, diziam que os primeiros momentos foram terríveis, mas em nenhum momento eles entram em detalhes”, disse Filipini.

A curadora ressalta que apesar de as cartas tratarem predominantemente da ansiedade pela liberdade e da angústia da prisão, os presos políticos mostravam, nas mensagens, convicção de sua ação. “Em nenhum momento eles se arrependem. Eles acreditavam que estavam tentando mudar o regime”.

Serviço

Memorial da Resistência de São Paulo.
Lgo. Gen. Osório, 66, Santa Efigênia, Sala 2 – 3º andar, Luz.
Seg. e qua. a dom.: 11h às 18h. 
Até 20 de março de 2017. 
Informações adicionais podem ser encontradas em memorialdaresistenciasp.org.br

***

Por Bruno Bocchini da Agência Brasil.

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