A imagem de uma Nova York de trânsito caótico e pedestres atravessando perigosamente no meio dos carros não é mais o cartão postal da mais agitada metrópole do mundo. Um rigoroso controle da velocidade dos veículos, reforçado por campanhas que valorizam a vida e a saúde das pessoas, vem derrubando abruptamente o número de acidentes nas ruas.
O mais surpreendente é que a redução de velocidade, em lugar de criar engarrafamentos, reduziu o tempo de viagem em 15%, derrubou em 63% o número de motoristas e passageiros feridos e em 35% a porcentagem de pedestres vitimados. Hoje, o número de mortes no trânsito de Nova York é seis vezes menor que o de São Paulo.
Com mais de 12 milhões de habitantes, São Paulo tem uma média de 22 mortes no trânsito a cada cem mil moradores. Nova York, com 8,3 milhões de pessoas, tem 3,3 por mortes nas ruas e avenidas por 100 mil habitantes. Os animadores números nova-iorquinos ainda são considerados altos. O que levou as autoridades a iniciar, no ano passado, a campanha “Vision Zero” com o propósito de literalmente zerar o número de mortes na cidade.
A queda nos índices e o objetivo radical não são fantasias, mas resultados ainda iniciais de um programa criado pelo ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg, ainda em 2009. Hoje, a iniciativa é patrocinada pela fundação Bloomberg Philanthropies e se fundamenta em cinco áreas, entre elas a saúde pública, a educação e o meio ambiente, além da redução de velocidade.
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Rosângela Capozoli no Valor Econômico.