Por que cidades existem, e por que continuam crescendo?

A Wendover Productions explora a ideia proposta pela “Lei de Zipf“, que afirma que em cada país, a população da segunda maior cidade  corresponde praticamente a metade da população da maior cidade, enquanto que a população da terceira maior cidade é igual a um terço da população da maior cidade, e assim por diante.

Em outras palavras, isso significa que a população de uma cidade é inversamente proporcional à sua colocação no ranking de cidades mais populosas de um país. Esta regra matemática não é somente válida para a distribuição das populações nas cidades, ela também pode ser aplicada das mais variadas formas: no ranking das palavras mais utilizadas, no diâmetro das crateras da lua, na popularidade dos movimentos de abertura do xadrez – tudo no mundo parece seguir a Lei de Zipf, ainda que não existam explicações para este fenômeno. Isso sugere que a distribuição populacional segue uma lei natural previsível, o que poderia contribuir para a tomada de decisões no que se refere ao planejamento urbano de nossas cidades.

O que a precisão destes dados populacionais poderia significar para o processo de planejamento urbano de nossas cidades no futuro?

O vídeo defende que as cidades são resultado de uma “seleção natural”. Depois de o homem abandonar seus hábitos nômades, os assentamentos humanos evoluíram e transformaram-se nas cidades que conhecemos hoje. A partir disso podemos supor que o desenvolvimento das cidades segue o princípio do menor esforço, porque locais com maior densidade populacional são mais eficientes na geração de comércio e renda. Onde as ofertas de empregos são maiores, maior o número de pessoas que se deslocam para estas localidades, o que tende a atrair mais empresas e a chance de que elas possam contratar melhores funcionários.

Analisando a correlação entre riqueza e população urbana, encontramos que os países mais ricos do mundo são aqueles que possuem maiores porcentagens de população vivendo em áreas urbanas. Por outro lado, aqueles países que apresentam os PIBs mais baixos, são os que apresentam as menores taxas de urbanização. Embora estes dados não estejam perfeitamente correlacionados, isso nos sugere que as cidades existem para que seja possível produzir riqueza. Cidades proporcionam eficiência dos meios de produção, o que, por sua vez, gera riqueza.

Mas o que isso significa para os arquitetos? Considerando a densidade populacional como um fenômeno natural previsível, podemos melhor compreender o fenômeno do crescimento populacional. Além disso, o vídeo também aborda o questão da suburbanização, resultado direto do perverso desenvolvimento de sistemas de transportes amplos e acessíveis. À medida que as periferias de nossas cidades continuam a crescer vertiginosamente tornando a segregação social inevitável, como poderíamos mudar a maneira de projetar nossas cidades?

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Por Yiling Shen no Arch Daily.

 

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