Projeto que usa impressora 3D para a construção de moradias populares é premiado pelo MIT

Usar a técnica de impressão em 3D para a construção de moradias populares de forma rápida e barata. Essa é a proposta da start-up Urban 3D, fundada pela paulista Anielle Guedes, de apenas 23 anos, uma das dez vencedoras do prêmio “Inovadores com menos de 35 anos: Brasil”, concedido pela “MIT Technology Review”, publicação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. A premiação foi realizada nesta quinta-feira (19), no segundo e último dia da conferência EmTech Brasil 2015.

O prêmio chancelado pelo MIT é uma referência na indústria de tecnologia. Nomes como Sergey Brin, cofundador da Google, e Mark Zuckerberg, cofundador do Facebook, estão entre as personalidades da indústria que foram premiadas no início da carreira.

 
“Receber o carimbo do MIT é um indicativo que estamos no caminho certo – avaliou Anielle.” E tem a importância de ser para uma mulher, que cria tecnologia, abre um negócio. Apesar da pouca idade, o currículo da jovem impressiona, com cursos na Team Academy, Instituto Europeu de Design e Singularity University. Foi lá que o projeto nasceu. Em um dos trabalhos, os alunos foram desafiados a criarem respostas para desafios globais, usando tecnologias disruptivas. 
 
Atualmente, Anielle trabalha no desenvolvimento do hardware, que já é capaz de construir pequenas peças com o uso da manufatura aditiva. No início, a ideia é ter fábricas de estruturas pré-moldadas, que são montadas no local da construção. 

A proposta da Urban 3D é conseguir executar projetos em 10% do tempo, com 10% dos custos das técnicas tradicionais. A start-up busca investimentos para cumprir o cronograma de iniciar as construções dentro de 5 anos, no Brasil. 

“A ideia é começar pelo Brasil porque eu sou brasileira, mas vamos onde encontrarmos oportunidade” – disse Anielle. “No mundo, 3 bilhões de pessoas enfrentam problemas com habitações precárias. Em 15 anos, o número vai subir para 5 bilhões.”

A preocupação social também faz parte do projeto do carioca Tales Gomes, de 27 anos. Ele é criador de uma plataforma de avaliação de risco para diabetes, hipertensão e doenças cardíacas. O teste, que custa entre R$ 10 e R$ 30, é realizado em cerca de dez minutos e serve para triagem rápida de pacientes, mais eficiente que os sistemas atuais, por apenas uma parcela do custo. 

A plataforma se baseia em um software, para PCs e tablets, que cruza dados médicos – pressão arterial, glicemia, colesterol e triglicerídeos – com respostas de um questionário pessoal. O resultado é um ranking, que avalia o risco para o desenvolvimento dessas doenças. 
“A inovação está no modelo de integração das informações” – explicou Gomes. – “Nós iniciamos as atividades no ano passado, no Rio de Janeiro. A ideia é expandir para São Paulo em 2016, e atender 15 mil famílias.”
 
O “Inovadores com menos de 35 anos: Brasil” também premiou velhos conhecidos do cenário brasileiro de inovação. Tallis Gomes, de 28 anos, ganhou projeção por fundar o Easy Taxi, aplicativo que alterou a relação entre passageiros e motoristas de táxi. Atualmente, o jovem empreendedor está à frente do Singu, marketplace de serviços de beleza.
 
“Trazer a premiação e a conferência para o Rio de Janeiro é um reconhecimento da cidade como pólo mundial de empreendedorismo” – disse Gomes. – “Eu fiquei conhecido pelo Easy Taxi, mas ser reconhecido pelo MIT me dá um selo que eu não possuía.”
 
Além dos três, foram premiados Claudio Trindade, de 33 anos, criador de um dispositivo de implante intraocular para o tratamento de doenças de córnea; Fábio Piva, 33, criador de plataforma para acabar com filas; Marcelo Cicconet, 32, criador de aplicativo para o aprendizado de música; Mateus Calligioni de Mendonça, 34, criador de sistema para rastreamento e organização da cadeia do lixo; Ronaldo Tenório, 30, criador de plataforma de tradução para libras; Diego Aranha, 32, criador de plataforma para fiscalização do resultado de eleições; e Danielle Brants, 31, desenvolvedora de jornal que traduz notícias para a linguagem infantil.

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Por Sergio Matsuura em O Globo.

 
 
 

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