“Acampei lá pelo preço baixo e pela estrutura. Ao contrário de campings tradicionais, é só atravessar a rua e ir ao mercado se estiver com fome”, diz o consultor contábil Marcos Akamine, 32, que passou uma semana ali em junho.
A diária no espaço, que comporta dez barracas, custa R$ 30 por pessoa –enquanto o quarto compartilhado com 15 camas tem diária de R$ 35. Nenhuma das opções inclui café da manhã.
O valor parecido é uma das explicações para a taxa de ocupação do camping ter quintuplicado desde junho e chegado a 34% nos primeiros 20 dias de setembro. “A tendência é que o hóspede se sinta mais à vontade, por não precisar dividir quarto ou beliche”, diz Kadhine Amorim, proprietária do albergue.
Para quem não tem equipamentos próprios de acampamento, o local oferece, sem custos extras, barracas de dois lugares com roupa de cama, travesseiro e colchonete, além de acesso à estrutura: banheiros, chuveiros e conexão com a internet.
Pós Copa
Os campings voltaram ser discutidos no país após a realização da Copa de 2014, quando turistas de diferentes nacionalidades, principalmente argentinos, uruguaios e de outros países vizinhos, invadiram as cidades que receberam partidas e ficaram acampados em áreas improvisadas pelas prefeituras.
Com o fim do evento, o Ministério do Turismo sinalizou que passaria a discutir questões relacionadas a acampamentos e motorhomes. No Brasil, não há legislação específica e só é permitido acampar em áreas determinadas.
Em 2014, segundo a Abracamping, havia cerca de 400 áreas de camping no país, mas apenas 36 delas estavam listadas no cadastro do ministério –algumas já desativadas. Dois anos depois, até junho de 2016, esse número aumentou para apenas 38.
Bruno Molinero no caderno Turismo da Folha de S.Paulo.