Uso da Paulista para manifestações ou lazer não é problema, dizem hospitais

Argumento utilizado para combater a utilização da via para o lazer ou protestos é derrubado pelos próprios hospitais do entorno.

É comum a alegação de que a existência de hospitais na região da avenida Paulista justificaria a proibição de manifestações na via ou sua abertura à população como área de lazer, como ocorreu no domingo 28 de junho. CartaCapital foi ouvir os interessados, e nenhum hospital se opôs à abertura da via para o lazer ou para manifestações, e todos disseram ter acessos alternativos para seus pronto-socorros.

A discussão ganhou corpo recentemente, após a experiência da Prefeitura de São Paulo de abrir a avenida Paulista exclusivamente para carros e pedestres no dia 28 passado, quando São Paulo ganhou mais 2,7 km de ciclovias entre a a praça Oswaldo Cruz e a avenida Angélica, atravessando toda a extensão da avenida Paulista. 

A partir do sucesso da experiência naquela ocasião, a gestão Fernando Haddad (PT) estuda agora abrir a avenida todos os domingos para o lazer –deixando-a fechada para veículos automotores.

Segundo levantamento da Prefeitura, em um raio de 500 metros por toda a extensão da avenida existem quinze hospitais, sendo que três deles não têm pronto-socorro, ou seja, não recebem ambulâncias.

CartaCapital entrou em contato com todos os 15 hospitais. Três não atenderam à reportagem (Hospital 9 de Julho, Instituto do Coração e Oswaldo Cruz). Dentre todos os demais, nenhum se opôs à medida.

O HCor, IGESP, Emílio Ribas e o Pro Matre Paulista informaram que as mudanças na avenida não têm promovido dificuldades de acesso de suas ambulâncias.

O Hospital e Maternidade SacreCoeur, o São José e o TotalCor afirmaram que as rotas alternativas de acesso ao local funcionam satisfatoriamente nestes dias.

O Hospital Sírio-Libanês também não vê problema algum no eventual fechamento da Paulista. Segundo a entidade, a CET indica outras rotas funcionais sempre que há grandes eventos na avenida.

O Santa Catarina, localizado na avenida, informou dispor de acessos alternativos e que a entrada de seu pronto-socorro fica numa rua transversal, a Teixeira da Silva. Propõe apenas que a abertura da avenida Paulista para o público aconteça entre a praça do Ciclista e esta rua.

Também foram ouvidos os hospitais Beneficência Portuguesa de São Paulo e a maternidade Santa Joana. Ambos afirmaram utilizar sem problemas os acessos alternativos para pacientes e funcionários em dias em que há muito tráfego ou manifestações na região.

Segundo a Prefeitura, o fechamento da via para carros (e a consequente abertura da Paulista para pedestres e bicicletas) no domingo 28 foi um teste. Na ocasião foi observado baixo impacto no trânsito, com a utilização satisfatória das paralelas alameda Santos, Cincinato Braga e São Carlos Antonio do Pinhal.

O poder público municipal agora irá encaminhar o pedido ao Ministério Público, e não há ainda uma previsão para a que a abertura da Paulista para o lazer aos domingos se torne fixa. Cai por terra, entretanto, o mito de que o “fechamento” da via por manifestações ou para o uso exclusivo para pedestres e ciclistas aos domingos sejam um problema para os hospitais da região.

Por Ingrid Matuoka em Carta Capital.

 

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