Quando somos crianças, não temos muito apego pela funcionalidade das coisas e seu papel no mundo. Elas são o que queremos ver nelas, fazemos com elas o que nos parece o certo, ou mesmo o que parece funcionar.
Uma caixa hoje em dia é só aquela coisa de papelão que usamos pra guardar coisas ou movê-las de um lado para o outro. Para uma criança, é um barco, um castelo, tanque de guerra, caverna, esconderijo, armadura, fantasia, chapéu, carro…
É bem interessante pensar que vamos “aprendendo” a colocar rótulos em tudo com que temos contato (“uma caixa”, “uma porta”, “uma colher”) e nos atemos somente a sua função básica. Isso é normal e o mais lógico a se fazer. Afinal, economiza-se energia e tempo com esses “atalhos de pensamento”.
Mas uma parte importante da nossa criatividade, a de pensar potencialidades e eventualidades, acaba sendo retraída. E reaprender a ver o mundo assim é uma das coisas mais difíceis que existem.
Já dizia Picasso “Com 15 anos já desenhava como Rafael, mas passei o resto da vida aprendendo a desenhar como criança”.
Essa reflexão é muito bem expressa pela nova campanha do Museu da Infância de Londres, assinada pela AMV BBDO, que convidou artistas a olharem de uma maneira diferente para diversos objetos do cenário das ruas londrinas.
Veja mais exemplos no UptadOrDie!: http://goo.gl/ZRg9g9