Por Cid Torquato e Ciça Cordeiro.
Nunca se falou tanto na valorização da diversidade humana, trazendo novos horizontes e perspectivas para vários grupos de direitos, um “mundo novo” se abre para essas pessoas, mais acessível, diverso e inclusivo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), afirma que 10% a 15% da população mundial têm alguma deficiência. Neste contexto, as pessoas com deficiência precisam ser empoderadas para o desenvolvimento inclusivo, equitativo e sustentável, sem deixar ninguém de fora ou para trás. É preciso olhar para o futuro com outros olhos, projetar e implementar sociedades mais justas, sem preconceitos, realmente em linha com o que preconizam os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Há uma relação intrínseca entre acessibilidade e sustentabilidade, inclusive quando nos conscientizamos de que a deficiência, permanente ou temporária, é inerente à vida humana, provocada não somente por causas externas, como violência e acidentes, mas, também, pelo próprio envelhecimento natural, que, limita nossas capacidades sensoriais e motoras. Temos que encarar a deficiência sob outras óticas, dando o devido valor à acessibilidade ao longo da vida.
Acessibilidade é fundamental para a estruturação de sociedades realmente sustentáveis. Nas palavras do então Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, em mensagem no Dia Internacional da Pessoa com Deficiência, em 2012, “acessibilidade é crítica para que seja conseguido o futuro que queremos”. Ou seja, acessibilidade, inclusão, diversidade e sustentabilidade são conceitos essencialmente interligados e interdependentes, sem os quais não venceremos os desafios humanos e ambientais que colocam em xeque o futuro do planeta.
Por isso, entendemos que acessibilidade deve figurar explicitamente entre os ODSs propostos pela ONU. Defendemos a criação do 18º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável, qual seja: Acessibilidade para todos!
É preciso promover acesso e acessibilidade à informação, à comunicação, aos sistemas de tecnologia, a serviços e instalações públicas ou privadas, ao lazer, ao trabalho, à saúde, à educação, com segurança e autonomia, o que beneficiaria a todos, sem exceção.
A acelerada transformação digital traz consigo mais consciência sobre o papel da acessibilidade comunicacional e na web. As novas tecnologias representam grande janela de oportunidades, habilitando, via tecnologia assistiva, inclusive pessoas com deficiências severas.
Temos que garantir investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias assistivas, na forma de produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias e serviços que objetivem promover o protagonismo da pessoa com deficiência, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social.
A falta desses recursos gera um impacto negativo no ambiente. Pensar em acessibilidade é um dever de todos nós! É a prova da plena cidadania e de que estamos no caminho certo do desenvolvimento.
Portanto, se os ODSs são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente, o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade, a acessibilidade precisa constar nesta lista.
Pensando nisso, criamos abaixo-assinado para deflagrar a campanha, para colocar a pauta em discussão, engajando pessoas e instituições. Mesmo que a ONU não crie o 18º Objetivo, faremos muitas ações em nome dele, principalmente de sensibilização e informação. Ações que façam com que as pessoas pensem em acessibilidade, enxerguem seu valor e deem a ela a devida importância.
Para mais informações e seu apoio ao abaixo-assinado, acesse o link: https://chng.it/WvLLnKLy
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Ciça Cordeiro, jornalista, coordenadora de comunicação na Talento Incluir e Cid Torquato, advogado, CEO do ICOM Libras, ex-secretário estadual e municipal da Pessoa com Deficiência em São Paulo passam a escrever no São Paulo São – em conjunto ou em separado.