Bicicleta brasileira feita de plástico reciclado é exemplo de sustentabilidade no mundo

E parece que o artista plástico uruguaio, radicado no Brasil, Juan Muzzi, se inspirou na economia circular – ou será em Lavoisier?! -, para fundar a Muzzicycles. Ele criou uma bicicleta feita com plástico reciclado. Sem soldas e amortecedor, a bike também não leva pintura e não enferruja. Além disso, é levíssima: o quadro de plástico pesa entre 5 e 6kg.

Que máximo, não?!

Imagem: Projeto Muzzicycles / Reprodução.

E como ela é produzida? Simples. Resíduos plásticos são triturados até virar grãos. Depois disso, são adicionados aditivos químicos, que dão ao material maior resistência. Ele é então depositado em uma máquina injetora, que a coloca num molde. Três minutos e meio depois, o que era plástico descartado se transforma no quadro de uma bicicleta.

Segundo Muzzi, o processo de fabricação da sua bike, em comparação ao de uma tradicional, usa 96% a menos de energia e um mínimo de água. Em uma comum, são necessários 1 mil litros para se fazer um quadro.

A marca afirma que o material é bastante resistente, por isso mesmo, dá uma garantia vitalícia para suas bikes. Foto: Divulgação.

Até hoje, a Muzzicycles já reciclou 15 toneladas de resíduos plásticos e com eles, fabricou 132 mil bicicletas. Os resíduos utilizados vêm de organizações que trabalham com a coleta de sucata. As bicicletas são vendidas em diversas cores – ao gosto do cliente -, e nos aros o quadro de plástico pesa entre 5 e 6kg.

A marca afirma que o material é bastante resistente, por isso mesmo, dá uma garantia vitalícia para suas bikes. “Elas não quebram nunca mesmo. É um produto para a vida toda”, afirma Muzzi. “Mudando a roda, dá pra passar de pai para filho”, ele me diz.

A magrela sustentável custa a partir de R$ 784 à vista, o modelo mais simples.

Mente em ebulição

Juan e uma Muzzicycle, a bicicleta ecológica que custou 5,3 milhões de dólares em pesquisa para chegar ao modelo ideal. Foto: Divulgação.

O uruguaio, formado em Engenharia e Artes Plásticas, se deixou levar pelo seu lado mais criativo. “A arte é o celeiro do desenvolvimento”, diz.

Foram necessários 12 anos de investimento para montar a fábrica em São Paulo. A inspiração, conta Muzzy, veio de um osso humano (não, não foi em Lavoisier!): ele é oco e daí, lógico veio à sua mente, a ideia de um cano de bicicleta.

Hoje o empresário, de coração brasileiro, diz que tem mais clientes no exterior do que aqui. As bikes ecológicas podem ser vistas rodando por cidades do mundo inteiro: Holanda, Argentina, Polônia e em breve, chegarão em Viena, na Áustria, e na Califórnia, nos Estados Unidos.

Além de protegida do sol por ser aditivada com UV, a Muzzi não enferruja. Foto: Divulgação.

A Muzzicycles já recebeu prêmios nacionais e internacionais, atestado do design inovador e sustentável. Entre eles, em 2016, ganhou o Top XXI – Prêmio Design Brasil e o Bienal Iberoamericana de Diseño, na Espanha, e no ano seguinte, levou o Sustentar, na categoria Mobilidade Urbana Ecológica.

O próximo sonho desse artista, que conquista qualquer um com sua simpatia, é desenvolver uma bike com corrente de borracha, assim será a companheira perfeita em pedaladas na areia da praia.

Ah, entre uma bike e outra, ele também pinta, cria esculturas e cerâmicas. Um artista completo. Uma mente em ebulição, que também se preocupa com o meio ambiente.

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Por Suzana Camargo no Conexão Planeta.

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