Medellín é uma cidade colombiana capital da província de Antioquia, com aproximadamente 2 milhões e meio de habitantes, a cidade já teve índices de homicídios assustadores onde nos anos 90 os índices eram de 382 casos a cada 100 mil habitantes, e hoje esse número chega a 39 a cada 100 mil, tudo isso em um intervalo de apenas duas décadas. Um ambiente em que era comum encontrar montes de cadáveres no meio da rua devido ao narcotráfico.
Mas como Medellín deixou de ser notoriamente conhecida como uma cidade violenta para se tornar um exemplo mundial de transformação urbana e social?
As soluções criativas e não convencionais, o sistema de transporte de massa, o primeiro teleférico urbano do mundo, parques-biblioteca e escadas rolantes urbanas, que melhoram a mobilidade nos bairros montanhosos, e a cidade tem seguido cada vez mais sua busca incessante pela igualdade social, competitividade e sustentabilidade.
Em Medellín temas como integração, mobilidade, administração, redução da pobreza e violência são trabalhados em um mesmo projeto espacial. O conceito de Projeto Urbano Integral (PUI) leva em consideração ferramentas de desenvolvimento social, físico e a coordenação interinstitucional para transformar os setores da cidade que possuem maiores necessidades. É assim que o projeto do Metrocable estende a setores menos favorecidos: não só proporciona acessibilidade a estes lugares, como também as próprias estações se convertem em zonas intermodais que demandam projetos de espaços culturais para os bairros em questão.
Dessa maneira, Medellín está exportando grandes feitos de arquitetura social que ecoam no mundo todo: a paisagem do Metrocable sobre os morros escarpados, que integra habitações de difícil acesso a obras de arquitetura em bairros vulneráveis como a Biblioteca Parque España de Mazzanti, são novos ícones que indicam uma cidade em transformação.
O Modelo Medellín, assim como foi o efeito Guggenheim para Bilbao, catalisou uma série de transformações muito ligadas ao cenário de crise anterior, primeiramente ligado à desigualdade social e em seguida a uma obsolescência. As principais lições extraídas de Medellín são a visão de constituir um centro de atração que impulsione a posterior chegada de eventos, da imprensa e de investidores que apostem em uma cidade emergente.
A particularidade reside no modo em que se distribui esta injeção de novos investimentos, apontando uma nova geografia de melhores oportunidades que se evidencia na evolução do turismo, estendida a bairros mais vulneráveis com grandes atrativos paisagísticos e culturais.
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Fonte: O Sertanista