A obra é sustentada por dois pilares: manifestações sinceras de homens e mulheres de diferentes faixas etárias, inclusive crianças, as quais representam inúmeras etnias e regiões do planeta; e um conjunto de imagens poderosas, filmadas em grandes planos, talvez para demonstrar o quanto o ser humano é pequeno em relação às riquezas da natureza.
Nas mais de duas horas e meia de projeção, falou-se sobre temas comuns aos dias atuais: felicidade, amor, violência, família, preconceito, intolerância, o sentido da vida, dentre outros.
Todos os depoimentos utilizam linguagens coloquiais, compreensíveis, e são expressos com profunda sinceridade. Tudo na cara, com emoção, graça, choro, generosidade e compaixão.
No coração do filme, estão grandes problemas da humanidade: pobreza, guerra, imigração, consumismo, homofobia. Conhecido pelas incríveis fotos do livro “A Terra Vista do Céu”, que vendeu mais de 3 milhões de cópias, o diretor Yann Arthus-Bertrand usa belas tomadas aéreas no filme, que intercala os depoimentos a cenas de forte impacto visual.
Há nômades cruzando o deserto, bandos de aves migratórias, mercados, lixões — imagens que reforçam o que os entrevistados dizem. “Foi em rostos, olhares e palavras que encontrei uma poderosa forma de alcançar as profundezas da alma humana”,
afirma o diretor.
Trata-se de um filme que merece ser assistido por cada um de nós e, principalmente, pelas lideranças políticas e econômicas mundiais, principalmente nos dias de hoje em que convivemos com a existência de conflitos armados e situações de intolerâncias em vários países.
Considero que esse documentário possa ser um instrumento por meio do qual haja o entendimento de que respeitar, valorizar e cuidar dos seres humanos e de todas as formas de vida é prioridade única para todos nós nessa existência, e como garantia do viver para as futuras gerações. Por aqui, fico. Até a próxima.
Serviço
Título: Human (Original)
País: França.
Duração: 190 minutos.
Classificação indicativa: 12 anos.
Nos cinemas e também disponível no Youtube.
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Leno F. Silva é diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. Editou 60 Impressões da Terça, 2003, Editora Porto Calendário e 93 Impressões da Terça, 2005, Editora Peirópolis, livros de crônicas.