Domino: novo parque infantil em Nova York, revitaliza área no bairro do Brooklin

Projetado pelo artista e designer Mark Reigelman, o parque infantil fica no extremo norte do Domino Park, uma área de recreação de seis acres ao longo da orla do Rio Hudson, aberto ao público no mês passado. O espaço verde é a atração principal em um projeto que está sendo desenvolvido pela empresa Two Trees Management, ao norte da Ponte Williamsburg, no local da antiga refinaria de açúcar Domino. O parquinho combina com a história da refinaria incorporando seus remanescentes industriais, incluindo tanques de coleta de xarope.

Imagem: Two Trees Management.

Foto: Scott Lynch.Agora, a vida anterior do lugar inspirou o design de Reigelman para o parque infantil. Conforme as crianças passam pelas três seções do parquinho, ele explicou, elas imitam o processo de refinamento. “A ideia é que uma criança entre como cana-de-açúcar crua”, disse Reigelman, “e saia na última parte do playground como melaço ou cubos de açúcar”.

Foto: Scott Lynch.

Em termos práticos, isso significa que as crianças primeiro escalam uma rampa íngreme em direção a uma cabana, depois passam por uma série de túneis, escaladores, escorregadores e passarelas por meio de uma versão rudimentar do processo de fabricação. As placas evocam a refinaria e os elementos mecânicos emprestados do local incluem rodas de válvulas giratórias que foram fundidas a partir de originais da Domino Sugar.

O design do parquinho é uma homenagem ao processo de fabricação da antiga refinaria Domino Sugar. Foto: Jeenah Moon / New York Times.

Isso pode parecer um cenário chocante em meio a preocupações sobre os riscos para a saúde do açúcar e para a obesidade infantil. Mas, além das imagens, o equipamento para as brincadeiras é desafiador o suficiente para deixar claro que este é um lugar para queimar calorias, não consumi-las. É mais um programa de treinamento “American Ninja Warrior” do que uma turnê do Wonka. E o conceito de fabricação é tão sutil que é improvável que as crianças saiam de lá com um pirulito.

Foto: Scott Lynch.

“Eu não quero que as crianças aprendam a fazer açúcar”, disse Reigelman.”O que as crianças devem aprender aqui é a linguagem, a dinâmica social, a fisicalidade”, acrescentou. “Como se mover pelo espaço e superar obstáculos desafiadores.”

Foto: Scott Lynch.

Foto: Jeenah Moon / The New York Times.

O parquinho não fica longe do edifício principal da Domino Sugar, onde a artista Kara Walker instalou sua escultura de 15 metros de altura “A Subtlety, or the Marvelous Sugar Baby” (Uma sutileza ou o maravilhoso bebê açucarado) em 2014. Esse prédio está destinado a servir como espaço para escritórios, enquanto outras torres residenciais se erguem em torno dele.

Foto: Scott Lynch.

Foto: Scott Lynch.

Reigelman é mais conhecido por instalações públicas que fundem brincadeiras com a história, como a “The Meeting House” (Casa dos Encontros), uma casa em estilo quaker instalada no ano passado no Rose Fitzgerald Kennedy Greenway, em Boston.

Foto: Scott Lynch.

Este foi seu primeiro projeto de parque recreativo, e ele passou horas em parques de Nova York, estudando o uso de materiais, o arranjo das linhas de visão e a disposição dos equipamentos. As regras dos parquinhos na cidade geralmente proíbem adultos sem filhos. Então, durante o processo de concepção, que começou há dois anos, Reigelman disse: “Eu tive que pedir emprestado filhos de amigos”.

Foto: Scott Lynch.

Algumas semanas antes da abertura, eu acompanhei três críticos do parque infantil do Brooklyn – meus filhos, de 7, 5 e 2 anos – em um teste extenso do projeto do Reigelman. Eles pularam. Eles brincaram. Eles caíram. E então, depois de um lanche (saudável), pedi-lhes suas impressões.

“Wow!” Disse o mais velho.
“Wow!” Disse a sua irmã.
O mais novo segurou a língua, mergulhou de cabeça na entrada de um brinquedo e recusou vários convites para sair.

Foto: Scott Lynch.Foto: Scott Lynch.

Eu agendei uma segunda visita uma semana depois. Os maiores elogios foram para a porção central do projeto de Reigelman, para as escadas que envolvem o silo de 6 metros de altura, o material de escalada com tela e o acesso para um escorregador que é muito mais íngreme do que parecia do lado de fora. No conjunto, os críticos concordaram, o espaço vale a pena e pode ser recomendado para um amigo.

Quanto ao Reigelman, ele não terá que emprestar mais testadores. Sua primeira filha nasceu há três meses. Quando ela tiver idade suficiente, ele a levará para ver o seu trabalho. Ele imaginou algo que ela poderia dizer: “Legal, pai, esta foi sua primeira tentativa. Nada mal, mas poderia ser melhor.”

***
Por Daniel McDermon no The New York Times (Inglês). Edição São Paulo São.

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