Obedecer ou desobedecer, eis a questão

Para vivermos em sociedade é necessária a existência de um conjunto de regras claras, por meio das quais norteamos o nosso comportamento individual e coletivo, e temos ciência do certo e do errado em todos os momentos em que tomamos decisões e agimos.

O mundo gira, e tudo muda o tempo todo dentro e fora de cada um de nós. Nesse sentido, as tais regras de coexistência deveriam ser capazes de evoluir e de se modernizar quase como acompanhamos os avanços nas telecomunicações, nas diversas áreas de pesquisa, nas inovações dos distintos segmentos da indústria, dentre tantas outras novidades anunciadas a cada instante.

Certas transformações provocam a revisão de necessidades e nos convidam a romper paradigmas. Em alguns campos, as mudanças são instantâneas e muito bem assimiladas, contudo, determinados dogmas permanecem intocáveis.

“Desobediência”, filme dirigido por Sebastián Lelio, cutuca com arrojo e sensibilidade dois tabus da ortodoxa religião judaica: a orientação sexual feminina e o livro arbítrio.

Adaptado do livro de Naomi Alderman, “Desobediência” mostra a história de Ronit (Weisz), que retorna para a comunidade judaica ortodoxa da qual foi expulsa, após receber notícias sobre a morte do pai. Lá ela reencontra Esti (Rachel McAdams) – agora casada com o seu primo, Dovid (Alessandro Nivola), discípulo do respeitado religioso – a amiga de infância com a qual teve uma relação, o que reacende a paixão de ambas enquanto exploram os limites da fé e da sexualidade.

A trama por trás de "Desobediência" aborda a temática homossexualidade e religião de maneira muito particular. Foto: Divulgação.

Nesses tempos de intolerância, homofobia e de não respeito aos sentimentos e às individualidades, desobedecer a determinados dogmas, quando genuíno, sincero e verdadeiro, pode ser libertador, pedagógico, e um ato de ousadia capaz de impactar positivamente o presente e o futuro das pessoas diretamente envolvidas e de nós todos.

"Desobediência" coloca um holofote sobre um tema tão delicado e importante para a atual realidade do mundo. Foto: Divulgação.

Por fim, “Desobediência” é desses filmes para guardar na estante e rever sempre que possível. Além de dar uma aula para a indústria cinematográfica sobre como realizar filmes positivos a respeito da representatividade feminina LGBTQ+. Por aqui, fico. Até a próxima.

Serviço

Desobediência | Desobedience (Título original), Estados Unidos.
Direção: Sebastián Lelio.
Elenco: Rachel Weisz, Rachel McAdams, Alessandro Nivola.
Gênero: Drama, Romance.
Duração: 114 minutos.
Classificação: 14 anos.
Assista o trailer aqui

***
Leno F. Silva é diretor da LENOorb – Negócios para um mundo em transformação e conselheiro do Museu Afro Brasil. Escreve às terças-feiras no São Paulo São.

Tags

Compartilhe:

Share on facebook
Share on twitter
Share on pinterest
Share on linkedin
Share on email
No data was found

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Categorias

Cadastre-se e receba nossa newsletter com notícias sobre o mundo das cidades e as cidades do mundo.

O São Paulo São é uma plataforma multimídia dedicada a promover a conexão dos moradores de São Paulo com a cidade, e estimular o envolvimento e a ação dos cidadãos com as questões urbanas que impactam o dia a dia de todos.