O São Paulo São e o seu projeto Bairros São Conexões lançam série inédita na web para valorizar a criatividade e a boa convivência nos bairros paulistanos. A primeira série – que tem inicialmente 4 vídeos de 2 minutos e 15 segundos cada um – é sobre Perdizes, bairro localizado numa das regiões mais charmosas e interessantes da cidade, pontilhada de atrações e serviços. O São Conexões é uma iniciativa inspirada na “Cidade de 15 minutos”, sistema criado pelo cientista franco-colombiano Carlos Moreno, e que está sendo implantado em Paris pela prefeita Anne Hidalgo.
Entre ladeiras, ciclovias, feiras, bares, restaurantes, parques e galerias, Perdizes segue no ranking dos bairros mais cobiçados de São Paulo. Tem o terceiro maior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da cidade e ocupa a primeira posição na zona oeste, com 0,977, segundo dados recentes. Trata-se de uma região que reúne diversidade de serviços e muita qualidade de vida, com ruas arborizadas e jeitão de cidade do interior. A apenas cinco quilômetros do centro e com acesso fácil às grandes rodovias, Perdizes tem sido cada vez mais procurada como refúgio e moradia.
O bairro acolhe o bucólico Parque da Água Branca, com seus 136 mil metros quadrados de área, onde é possível caminhar, meditar, fazer piqueniques e até comprar na famosa feira orgânica, em meio ao canto dos pássaros e as frondosas árvores dos jardins.
O Allianz Park, uma das arenas multiuso mais modernas do mundo, e meca palmeirense, é outro destaque. Na área da educação, a presença de várias boas escolas e a tradicional PUC, referência em ensino superior, atraem famílias e jovens vindos de outras cidades.
Nascido na metade do século 19, o bairro ganhou esse nome devido ao grande número de perdizes que povoavam alguns jardins e casas da região, em especial o quintal de Joaquim Alves Fidelis e Maria de Santa Rixa.
Um dos entrevistados para esta série, o arquiteto, urbanista e músico Francisco Guedes confessa que já viveu em quatro bairros, mas é em Perdizes que se sente melhor. As boas lembranças de passeios com o filho no Parque da Água Branca e a reconstrução do teatro TUCA ao lado do pai, o falecido arquiteto Joaquim Guedes, são memórias vivas e felizes. Lugares queridos de Chico em seu dia a dia.
É também especial a rotina da fisioterapeuta Adriana Perez no bairro que elegeu como seu. “Cumprimento todo mundo por aqui, é uma vida gostosa e leve, entre subidas e descidas nas ladeiras”, conta Adriana durante a entrevista. Moradora de Perdizes há vinte anos, ela explica que gosta do mix de dança, movimento e arte que compõem esse pedaço paulistano.
Aliás, o estúdio do famoso bailarino Ivaldo Bertazzo está bem no miolo de Perdizes, na rua Cotoxó. “E ainda tem a avenida Sumaré, uma avenida onde a gente pode correr, namorar, passear, andar de bicicleta…”, enumera. “Um dia você encontra uma pista de skate com jazz, no outro descobre um bar gostoso ou ainda uma casa de chás. Quando optei por morar em Perdizes eu queria um bairro estratégico, onde a saída para o litoral e o interior fosse fácil, e assim é. Aqui tudo circula, não é um lugar congestionado”.
Concordam com ela as amigas Simone Casalecchi, decoradora, e Ana Suzuki, designer. “Eu adoro circular com os cachorros, momentos em que a gente faz muitos amigos”, diz Simone. Já para Ana, o fato de os filhos estudarem a duas quadras de casa, acessando a escola a pé, faz muita diferença na qualidade de vida. “Além disso, essas ladeiras de Perdizes eu já encaro como exercício físico, que só fortalece; costumo dizer que eu moro perto da lua, de tanta ladeira que tem no bairro”. Ambas vivem há mais de oito anos na região e não se veem em outro lugar.
Mesmo sendo um morador recente de Perdizes – ele se mudou durante a pandemia –, o professor, escritor e criativo Henrique Szklo já se declara apaixonado. “Nós viemos em busca de um apartamento menor, para reduzir custos. Só que em vez de um retrocesso, aconteceu um avanço. Toda manhã acordamos e comentamos como foi bom mudar para Perdizes!”, exulta. O prédio de Henrique é pequeno e sem porteiro, com ares europeus, o que o agradou bastante. Fora isso, ele tem dois supermercados ao lado e o Allianz Park a alguns passos da sua casa. “Isso também pesou na decisão. Por razões que eu desconheço, me sinto bem nessa região como eu não me sinto em várias outras”, confidencia o palmeirense criativo.
Mistérios de Perdizes, que a cada dia cativa mais pessoas para o seu território charmoso e único.
Bairros São Conexões
Ficha técnica.
Direção: Mauricio Machado.
Roteiro: Chantal Brissac e Mauricio Machado.
Direção de fotografia e montagem: Ricardo Martirani.
Vinheta / arte: Lab Experimental FAAP.
Trilha Sonora: Cid Campos.
Entrevistados: Francisco Guedes, Adriana Perez, Simone Casalecchi, Ana Suzuki, Henrique Szklo.
Assista aos 4 episódios na ‘play list’ do São Paulo São.
Na próxima série, Bairros São Conexões vai revelar Higienópolis.
Leia também: As cidades utópicas de Jan Gehl e Jaime Lerner
São Conexões: a Tegra Incorporadora é parceira da iniciativa.
***
Por Chantal Brissac da Redação.