Por Heloiza Carvalho
Até pouco tempo atrás, questionar o que e como pensam presidentes de empresas era algo tão comum quanto a curiosidade sobre como tomam decisões os cirurgiões, pilotos ou bombeiros durante a ação de salvar pessoas. Afinal, CEOs eram seres heróicos e sem vulnerabilidades em suas jornadas à frente das empresas.
Mas as coisas mudaram. Além de menos percebidos como heróis e mais como agregadores de bons times num ambiente de segurança psicológica, hoje é mais importante para CEOs que eles (ou elas) falem como e o que pensam do que que as pessoas se perguntem sobre isso. Motivo: engajamento. Com a marca representada, com a empresa e o time liderados e com a cultura personificada.
Não falar sobre crenças, valores, sociedade, diversidade e até resultados financeiros embute risco muito maior do que tratar deles. A conclusão não vem apenas da observação do dia a dia. Ela tem comprovação, dada por pesquisa realizada pela Brunswich, agência de PR internacional, que ouviu cerca de 12 mil pessoas de 13 países, entre profissionais de empresas e leitores de veículos do mundo financeiro.
Segundo o trabalho, de 6,5 mil funcionários ouvidos, 63% preferiam trabalhar com líderes a quem estivessem conectados ou pudessem acompanhar por meio das redes sociais e 86% esperavam ver o posicionamento de CEOs diante de uma crise ser explicitado abertamente nas redes.
No Brasil, os dados são ainda mais impactantes: a cada grupo de 10 funcionários, 9 preferem trabalhar com líderes que se exponham nas redes, dada a crença de que eles são mais acessíveis, conectados e transparentes.
Se os números apontam claramente que a demanda por líderes atuantes nas redes segue em avanço, a pandemia só reforçou a tendência, que se manifesta também no evento da invasão da Ucrânia pela Rússia. E você, CEO, o que pensa sobre isso?