Prefeitura de Toronto ensina a reciclar, na estreia de Rosana Dias

Por Rosana Dias.

Todo começo de ano, os moradores de Toronto, no Canadá, recebem uma correspondência da Prefeitura. Não é uma cobrança similar ao brasileiro IPTU, que também existe por aqui. Trata-se de um folheto com muitas informações sobre como reciclar. Um guia educativo (imagem abaixo), pois muitos na cidade (como em São Paulo) têm a boa vontade de colocar as coisas para reciclar. Acham, mas não sabem se estão fazendo a coisa certa. E muitas vezes, infelizmente, fazem da forma errada.

Imagem: City of Toronto.

O motivo desta iniciativa está nos números. O que acontece: por ausência de informação, muita coisa se perde no caminho da reciclagem de materiais como papel, plástico, vidro e alumínio. Uma estatística de 2019, mostra que 30% das 180 mil toneladas de materiais recicláveis coletados por ano em Toronto foram parar nos aterros sanitários.  Um desperdício que derruba ainda mais a magra estatística da reciclagem, cerca de 20% diante das 900 mil toneladas coletadas todo ano na cidade canadense. O motivo? Contaminação. (Muitos canadenses estão reciclando errado).

Imagem: City of Toronto.

Quem nunca colocou no reciclado a caixa da pizza com aqueles manchas de gordura, o pote de vidro com restos de molho, a embalagem de biscoito com farelo ou o copo descartável de café no recipiente de reciclado achando que estava ajudando a diminuir o lixo no planeta?  Pois é. Fez da forma incorreta, pelo menos segundo as regras da cidade canadense. Não lavou o que era possível e não colocou a caixa de pizza no lixo “normal”. Pior: “contaminou” o resto dos resíduos, que vão parar todos juntos nos aterros sanitários.  Daí a importância de educar as pessoas sobre como reciclar da forma adequada (foto ao lado).  E até falar o quê, por diferentes motivos, não dá para colocar no “recycle”, como plástico preto, bonecos de pelúcia e roupas (O que não é reciclado em Toronto).

Com cerca de 3 milhões de habitantes, Toronto é a maior cidade do Canadá e a capital da província de Ontário. Costuma ser a porta de entrada para os imigrantes de todo o mundo, que chegam aos milhares todos os anos, aprovados pelo processo oficial de residência permanente feito pelo governo canadense. De acordo com dados da prefeitura de Toronto, são faladas mais de 180 línguas e dialetos; o serviço de emergência 911 afirma atender em mais de 240 línguas diferentes.  É uma verdadeira aldeia global. Bom pela riqueza de culturas diferentes, ruim pelo comportamento diverso em relação à reciclagem.

Para atingir o maior número possível, este material sobre reciclagem da prefeitura vem em 6 línguas diferentes (imagem abaixo), incluindo português.

Quem mora em casa, deve ter três lixeiras: azul, verde e preta. Cada uma tem uma lista de itens. O papel, por exemplo, se coloca seco e não contaminado com comida ou químicos. Plástico preto, outro exemplo, vai direto para o lixo, não é reciclado. No lixo azul, coloca-se papel, vidro, alumínio, embalagens, tudo lavado, limpo. Para quem mora nos prédios, costumam ter lugares específicos para levar os itens para reciclagem, separados do lixo comum.

Com cerca de 3 milhões de habitantes, Toronto é a maior cidade do Canadá e a capital da província de Ontário. Foto: CNN.

Já os lixos verdes são os do restos orgânicos, restos de comida de forma geral. Associado a isso, o desperdício de comida é um outro fator que está no radar das autoridades, mas merece um capítulo especial sobre o assunto no futuro.

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Rosana Dias Lancsarics
Rosana Dias Lancsarics é uma jornalista, com experiência em redações e na área de comunicação corporativa. Divide o seu tempo entre o Brasil e o Canadá, país onde estudou e passa parte do ano.

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